Caminhadas na Toscana

Você quer realmente conhecer uma área?

Então esqueça carros, trem, ônibus… Simplesmente caminhe, ou vá de bicicleta, ou até mesmo de cavalo se for possível. É quando adotamos um ritmo mais lento de viagem que descobrimos a paisagem, nos damos conta de cada detalhe que muitas vezes não vemos por estar em um ritmo mais acelerado.

É caminhando que entramos em contato com a natureza e com nós mesmos. É quando temos o olhar voltado para um ponto de vista diferente, distante do turismo de massa.

E claro, a Toscana é o lugar perfeito para esse turismo mais calmo. Com suas paisagens únicas, diferentes, que vão desde os picos das montanhas dos Apeninos até o interior da Maremma. Itinerários para todos os níveis de experiência e gostos. Desde passeios em família até rotas mais desafiadoras para montanhistas. Em todos eles você encontrará algo de espetacular que não esperava.

E na região há vários tipos de caminhada, veja o que pode ser feito na Toscana:

*Caminhadas nas montanhas


Por dentro da natureza intocada, nas montanhas há percursos de dificuldades variadas. Nele você pode juntar cultura e exercício. Um exemplo é trilhar os percursos na Garfagnana, onde você percorre aldeias medievais com suas tradições antigas ao mesmo tempo que explora as famosas montanhas brancas de mármore dos Alpes Apuanos.

*Caminhadas urbanas


Caminhar não significa somente ir a lugares distantes das cidades, ou apenas ir em aldeias. Considere também caminhada quando você passeia a pé pelas cidades. Um exemplo é Siena, onde caminhar por suas encostas íngremes une atividade física com patrimônio artístico. Outro exemplo de caminhada urbana é percorrer a Via Francigena, onde a fé também se faz presente.

*Caminhadas nas colinas


E o que dizer de caminhas pelas colinas? Cerca de 170km de trilhas encontramos ao redor de Florença. O chamado Anel renascentista é cheio de mosteiros, castelos, igrejas românicas. Todos voltados para o centro histórico da cidade tendo como ponto de referencia a cúpula da catedral, o símbolo da cidade renascentista.

*Caminhadas à beira-mar


Nada como se “perder no tempo” contemplando o mar. Se preferir um passeio a beira-mar vá conhecer a Costa Etrusca. Nela você encontra várias trilhas para caminhada que também podem ser feitas em mountain bike ou a cavalo.

E aí, que tal colocar no seu roteiro um passeio agradável pela natureza, se perder no tempo e nas belezas da região enquanto esquece dos problemas e se conecta com sigo mesmo?

Lavanda na Toscana

Quando pensamos em Campos de Girassóis pesamos imediatamente na Toscana, mas e quando pensamos em campos de lavanda o que normalmente nos vem logo à mente, La Provence na França? Sim, claro! Lá tem campos magníficos! Mas se eu te disser que na Toscana há uma vasta área com belíssimos campos de lavanda? Vamos conhecer um pouco?

É a região dos vales das Collinas Pisanas, entre Casciana Alta e Castellina Marittima, passando da Pieve di Santa Luce e Orciano Pisano, lugares por muitos desconhecidos, mas com uma beleza inigualável que encontramos esses oásis que mexem com nossos sentidos. Lugares perfeitos para meditar, tirar fotos ou simplesmente se perder entre seus aromas e cores.

A lavanda tomou o lugar do trigo se tornando não só um atrativo do turismo rural, mas também uma grande oportunidade para as empresas do setor agrícola. O cultivo da lavanda com métodos orgânicos e biodinâmicos começou graças a um projeto financiado pela Região da Toscana com fundos europeus com o duplo objetivo de criar uma cadeia produtiva de ervas medicinais para transformação em valiosos óleos essenciais e iniciar um modelo de desenvolvimento turístico sustentável baseado na autenticidade dos valores e recursos do território.

A composição química da lavanda é muito complexa e possui diversas propriedades terapêuticas, entre elas temos as propriedades anti-inflamatória, analgésica, antidepressiva, antirreumática, antiespasmódica, cicatrizante, inseticida e tônico. Por isso seus produtos são muito procurados, não só para perfumar como também para “curar”.

Final de julho é a época da colheita, onde as lindas flores se transformam em óleos essenciais preciosos para serem usados como suplementos, perfumes, sabonetes e muito mais. Mas antes dessa data esses campos ainda floridos podem ser visitados. Nos dezoito hectares de pura beleza e magia agricultores e produtores estão prontos para receber seus clientes para contar e mostrar todos os passos de seu trabalho, desde a colheita, passando pela destilação a vapor até a realização dos óleos essenciais com propriedades benéficas à saúde.

A experiência pode ser ainda mais inesquecível. Aproveite a maravilha do local e faça um lindo passeio fotográfico. Ou se gosta de pedalar, que tal um passeio de bicicleta por entre as flores? E o que dizer de uma massagem relaxante dentro desse paraíso de cores e aromas? Se puder não deixe de apreciar o lindo pôr do sol deste lugar.

Fotos: Campos de Lavanda em Santa Luce – Crédito: Christian Bernardinelli

Uma árvore muito especial

“La grande Quercia, o grande Carvalho, uma arvore estupenda, cheia de misterios e lendas, que há 600 anos vive entre colinas quase desenhadas por fileiras de videiras e oliveiras antigas, na propriedade de uma vila dos anos 700, a Villa Carrara, nos arredores de San Martino em Colle, um vilarejo na parte norte de Campannori na Lucchesia no meio caminho entre Lucca e Collodi. Ao redor da planta há apenas uma cerca, nenhuma placa indicando que foi incluída na lista de atrativos paisagísticos.

A árvore, da espécie Quercus pubescens, tem dimensões quase irreais: 24 metros de altura, circunferência de 4,5 metros, enquanto a folhagem tem um diâmetro de mais de 40 metros. Em 600 anos, este carvalho testemunhou uma infinidade de eventos. Nascido no final da Idade Média atravessou toda a Idade Moderna para chegar aos nossos dias. Durante esses seis séculos, foi posta à prova diversas vezes, sofrendo ataques humanos, desastres naturais e doenças. Danificada por vândalos no século passado, destinada pelos alemães a virar lenha durante a Segunda Guerra Mundial, mas felizmente poupada graças à mobilização de moradores locais, gravemente atingida por um raio na década de 1960 e ainda colonizada por insetos. Hoje está sob a proteção da Superintendência do Patrimônio Cultural

Está entre as árvores mais famosas da Itália, e devido ao seu intrigante formato, com a folhagem mais desenvolvida horizontalmente do que verticalmente, a imaginação de muita gente voou alto e deu origem à algumas lendas. Vamos à elas:

Também chamado de Carvalho das Bruxas, dizem que elas faziam seus rituais de magia e danças em cima das folhagens, fazendo com que seus galhos não crescessem para cima e sim para os lados, dando a forma achatada à árvore com seus galhos retorcidos.

O enigmático carvalho está também ligado ao romance “As Aventuras de Pinóquio” “História de um fantoche”. Este seria o “Carvalho Grande” onde Pinóquio foi enforcado pelos assassinos que queriam roubar as moedas de ouro e foi peprto dela que o fantoche conheceu o Gato e a Raposa, que o convenceu a enterrar o dinheiro no Campo dos Milagres na cidade de Acchiappa-citrulli.

Para chegar ao Carvalho das Bruxas você deve pegar a rodovia A11, saída Capannori, seguir as placas para Gragnano, pegar a Via Lucchese / Pesciatina, depois a Via Carrara e o desvio da SP31 que desce pelo bosque e chega logo ao lado da árvore. De Lucca seguir as indicações para Gragnano, pela Via Lucchese / Pesciatina, depois pela Via Carrara e pelo desvio da SP31 que desce pelo bosque e chega junto à árvore.

*Fotos : Claudia Bini

A encantadora Bolgheri

Muito conhecida por enófilos pelos seus rótulos de vinhos renomados, mas desconhecida como vila pela maior parte dos brasileiros que visitam a Toscana, essa é Bolgheri, uma pequena cidade localizada no município de Castegneto Carducci, província de Livorno com aproximadamente 400 habitantes.

Bolgheri faz parte da Costa Etrusca da Toscana, roteiro que inclui as inúmeras ruínas desse povo que povoou a região antes dos romanos.

Chegar na cidade já é um encantamento em si. A estradinha que nos leva ao borgo é margeada pelos lindos ciprestes que tanto vemos nas fotos de revistas de turismo e nas lindas de cenas de filmes. A famosa Via dei Cipressi.

E quando você finalmente chega é como entrar em um contos de fadas. Da vontade de se perder por horas observando seus pequenos detalhes. Respirando aquele ar de magia. Você se transfere para outra época, outros sonhos.

O borgo tem alguns pontos turísticos. Encontramos a pequena Igreja de San Sebastiano com seu estilo neogótico, erguida no final do século XIX. O brasão acima da entrada é da família dela Gherarsesca, nobres da república de Pisa muito conhecida pela história dos Toscanos.

E também as capelas romanas de Santi Jacopo e Cristoforo e a de Sant’Antonio em estilo barroco. Além do oratório de San Guido construído em 1686 por Simone dela Gherarsesca em comemoração da libertação de Budapeste dos turcos.

Oratório de San Guido

Uma curiosidade é o Oasi di Bolgheri, uma área de 500 hectares, perto do centro da cidade, onde encontramos uma reserva de vida selvagem. Fundado em 1959 pelo Marquês Mário Incisa dela Rocchetta, foi um dos primeiros oásis privados da Itália.

O Castello de Bolgheri infelizmente hoje em dia é uma propriedade privada e não abre para visitação.

Outros encantos de Bolgheri, mais propriamente para quem gosta de apreciar um bom vinho, são suas vinícolas, várias abertas à visitação. Entre eles os famosos DOCS e o pai dos Super toscanos, o Sassicaia.

Antes de terminar esse post eu não poderia deixar de falar da Nonna Lúcia. Avó do grande poeta italiano Giosué Carducci foi imortalizada, juntamente com a cidade, pelo neto em várias de suas poesias. A estátua em sua homenagem foi feita anos após a sua morte. Nonna Lúcia faleceu em 1842.

*Fotos gentilmente cedidas por Daniela Andreini

Uma Vila Submersa

Uma cidade submersa à 92 metros de um lago no coração da Alta Garfagnana está para voltar por um pequeno periodo de tempo, de volta à superficie, esta é a vila medieval de Fabbriche di Careggine, na província de Lucca.

Fabbriche di Careggine foi fundada por ferreiros bresciais no século XIII. Conquistada pelos Estensi, a cidade alcançou sua maior importância no século XVIII, quando foi construída a Via Vandelli que ligava Modena à Massa. Os trabalhadores, que se tornaram especialistas após séculos de atividade, encontraram apoio no Duque de Modena Francesco III d’Este que, em 1755, para aumentar sua atividade metalúrgica, concedeu isenções fiscais e inúmeros outros privilégios. Após uma fase de declínio, no início do século XX a economia do país se recuperou imediatamente, após a exploração do mármore nas proximidades. Depois veio a represa e a criação da bacia do lago

Entre 1947 e 1953, a pequena vila, que na época possuia um povoado composto por 146 habitantes em 31 casas, foi evacuada e submersa pelas águas do corrego Edron fazendo com que surgisse o artificial Lago Vagli. A barragem, propriedade da Enel,é um recurso muito importante para a produção de energia elétrica, além de ser uma reserva de água fundamental para o vale do Serchio e arredores.

Havia um acordo com o construtor da barragem onde a cada 10 anos o lago seria esvaziado para que os ex habitantes da vila pudessem rever o local onde nasceram e . O acordo foi cumprido nos anos de 1958, 1974, 1983 e 1994, mas desde então nunca mais voltaram a esvaziar o lago. Não é dificil de entender do porque não esvaziaram depois de 94, a secagem bem custosa: além das operações de esvaziamento, 5 ou 6 meses sem um lago para a Enel significaria uma perda de alguns milhões de euros. Mas para a região a emersão da vila de tempos em tempos é benefica para as cidades do entorno, pois milhões de pessoas vão para conhecer a cidade fantasma e acaba contribuindo muito com o turismo local.

Depois de algum tempo brigando com o prefeito de Vagli di Sotto, Mario Puglia, que cobrava o acordo de esvaziar de tempos em tempos o lago a Enel comunicou que está organizando o procedimento: “Um ‘Memorando de Entendimento’ com o Município de Vagli di Sotto e Romei está sendo formalizado para apoiar o “Projeto Essere 2020 – Vagli” explica a Enel. O memorando – continua a nota – tem como objetivo promover e apoiar o turismo responsável, por meio da conscientização e crescimento cultural da comunidade no campo da energia limpa e renovável: entre as propostas consideradas sob a iniciativa estão a abertura de locais utilizados para museus digitais indoor, a criação de instituições museárias no território e na história local, a reconstrução do ambiente natural, incluindo a limpeza do reservatório vagli por meio de uma série de atividades que, através do possível esvaziamento da bacia, preveem a realização de atividades de manutenção em obras hidráulicas, intervenções ambientais com obras de engenharia naturalista e projetos de melhoria turística”.

Portanto, em breve, do fundo do reservatório artificial poderia ressurgir, novamente, a
vila de pedra e a igreja de San Teodoro com sua torre de sino quadrado. E com eles uma história que tem suas raízes ao longo dos séculos. E isso se tornou importante com a conquista da vila pelos Estensi e com a construção da Via Vandelli, que ligava Modena à Massa.

Em fim meu retorno

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Vista de San Gimignano, por Flavia Sbragia

Olá queridos viajantes,

já faz bastante tempo que não publico algo, mas agora irei voltar com força total. Energias renovadas, emoções afloradas e uma saudade imensa em passar para vocês tudo o que sinto, vejo e aprendo sobre as lindas cidades e paisagens toscanas.

Há pouco revisitei alguns lugares favoritos, conheci outros… bem, vou tentar passar pra vocês tudo o que vivi em 2 semanas de pura alegria e emoção.

Só para terem um gostinho de novidade nas próximas publicações falarei sobre um lindo e muito triste lugarejo, Sant’Anna di Sazzema. Contarei sua história e tudo o que senti quando estive lá. Collodi., como é o Parque do Pinocchio e como foi passar o dia de natal almoçando no delicioso restaurante ” Osteria del Gabero Rosso”, minha quase entrada na Abadia di San Galgano, novas visitas, com novas descobertas, à Versilia, Siena, Monteriggioni, Lucca, Pisa e San Gimignano, minha experiencia em Firenze no ano novo e sobre a Via Francigena.

E ainda…

  • Dicas de restaurantes
  • Dicas de hoteis
  • Dicas de passeios
  • e muito mais

 

Vamos nessa?!!!!

Dez “pérolas” toscanas

Neste final de semana ficaremos com um texto de Simona Bellocci publicado no site oficial de turismo da Toscana o Turismo In Toscana. Texto original aqui.

Monumentos, tradições e cultura: tudo
o que você não pode deixar de visitar

Palazzo Vecchio a Firenze

de Simona Bellocci

À descoberta de um riquíssimo patrimônio artístico. Onde ir e o que visitar: monumentos e obras de arte de incomparável beleza.

Arezzo

Na zona oriental da Toscana, Arezzo tem origens antiquíssimas e foi uma das principais cidades etruscas. Durante o período Romano teve importância estratégica e foi o símbolo da expansão em direção ao norte. A luminosa cidade que surge sobre uma colina, conserva numerosas testemunhas do seu glorioso passado. Em sua parte alta – de aspecto claramente medieval – emergem a bela catedral de San Donato em estilo gótico, o Palazzo Comunale, a Fortezza (fortaleza) Medicea e a famosa praça Vasari, mais conhecida como “Piazza Grande”, imortalizada no filme “A vida é bela”, de Roberto Benigni. Já a parte baixa da cidade segue um estilo mais moderno e animado.Florença
É o berço do Renascimento e conserva um excepcional patrimônio artístico. Em Florença viveram gênios como Cimabue, Giotto, Brunelleschi, Donatello, Masaccio, Della Robbia, Filippo Lippi, Botticelli, Leonardo Michelangelo e Dante Alighieri, apenas para citar alguns nomes. Importantes museus conservam as obras de arte desses e de outros mestres. Uma visita à cidade deve incluir a Galleria degli Uffizi, um dos mais renomados museus do mundo e a Galleria dell’Accademia, que abriga, entre outras obras de grande importância, o famoso David de Michelangelo. Os amantes das artes e da cultura, certamente apreciarão também o Bargello, com numerosas esculturas do Renascimento, o Museu de San Marco, com as obras de Fra’ Angelico, as Capelas Mediceas, a Casa Buonarotti, com obras de Michelangelo e os esplendidos museus Horne, Sttibert, Bardini, Romano, Corsini e Galleria de Arte Moderna. Uma simples caminhada pelo centro histórico dessa fabulosa cidade é suficiente para contemplar muitos monumentos como a impressionante Catedral de Santa Maria del Fiore, o Battistero, a Piazza della Signoria, a Ponte Vecchio e os palácios Pitti, Medici-Ricardi, Davanzati e Strozzi.

Grosseto

A graciosa Grosseto remonta à Alta Idade Media e pertenceu à Siena por muitos anos. Situada a poucos quilômetros do mar, é capital e mercado da Maremma, região agrícola por excelência. É uma das poucas cidades, assim como Lucca, a conservar intacta as muralhas que circundam todo o centro histórico. Muito bonita a catedral de San Martino, do final de 1200, o museu arqueológico e a igreja de San Francesco. Nos arredores, merecem uma visita o Parque Natural da Maremma e as ruínas etruscas de Roselle.Livorno
Cidade ideal do Renascimento italiano, Livorno revela sua historia nos bairros sulcados por canais e muralhas fortificadas, no labirinto de ruas que forma o famoso “quartiere Venezia”, no porto Mediceo, dominado por torres e fortalezas. Projetada pelo arquiteto Bernardo Buontalenti no final de 1500, a cidade passou por uma forte expansão urbanística no final de 1600. A Fortezza Vecchia, um grande complexo construído para proteger o porto, a Fortezza Nuova, as muralhas e os canais navegáveis em pequenos barcos, são todas atrações muito interessantes. Existe também uma outra Livorno que cresceu entre 1700 e 1800 e que se revela nos edifícios em estilo neoclássico, nos parques no centro da cidade, nas vilas em estilo liberty com vista para o mar e no imponente mercado delle Vetovaglie. Já em 1900 surgiu um dos cartões-postais da cidade, um dos locais mais sugestivos, a Terrazza Mascagni, um cenográfico terraço panorâmico sobre o mar. Livorno é uma terra de pintores e músicos: Amedeo Modigliani, Giovanni Fattori, a escola e pintura dos Macchiaioli e Pietro Mascagni, nasceram todos aqui e marcaram a historia da arte mundial com suas obras.

Lucca

A pequena e elegante Lucca foi a única cidade-estado da Toscana a conservar a própria independência ate o final de 1847. Símbolo máximo da defesa da liberdade, as imponentes muralhas permanecem intactas ate hoje. São 4.250 quilômetros, dez bastiões e uma largura equivalente a uma larga avenida. Atualmente, constituem um grande parque urbano, arborizado e equipado com fontes de águas potáveis, bancos, mesas de piquenique e brinquedos para as crianças. No tecido medieval da cidade murada emergem monumentos de arte e historia de diversos períodos, como o Anfiteatro Romano, a basílica de San Frediano, a igreja de San Michele, a catedral de San Martino com o Volto Santo, as torres Guinigi e delle Ore, a rua Fillungo, o Palazzo Ducale na Piazza Napoleone.

Massa-Carrara
Carrara, o maior e mais importante centro mundial de escavação, processamento e comercio de mármore, surge aos pés dos Alpes Apeninos em um vale verdejante. Seu nome deriva do prefixo “kar” (pedra) e testemunha sua antiquíssima origem. Devido à sua posição estratégica e às suas riquezas econômicas como o precioso mármore, foi alvo de constantes disputas. Durante a Idade Media foi dominada por bizantinos e lombardos.

Pisa
Famosa em todo o mundo pela sua torre, extraordinário monumento situado na “Piazza dei Miracoli” (praça dos Milagres), a historia de Pisa é milenar e teve seu maior esplendor na época das Republicas Marítimas. É um baú de tesouros artísticos com igrejas em estilo românico e gótico, praças e palácios que exaltam o desenho das avenidas que costeiam o rio Arno (lungarni) e das antigas ruas. Quem visita a cidades encontra não apenas arte, cultura e historia, como também ambientes naturais como o Parque Migliarino-San Rossore, o litoral e o Monte Pisano.

Pistoia
Situada aos pés dos Apeninos, conta com um ótimo “mix turístico” de historia, arte, folclore, monumentos, gastronomia e belezas naturais. Entre os famosos centros da Toscana, Pistoia apresenta elementos característicos originais que tornam indispensável uma visita.

Prato
Prato oferece um itinerário histórico artístico de grande prestigio. No centro, o Castello dell’Imperatore (castelo do imperador), é o único testemunho de arquitetura suábia na Itália centro setentrional. O Duomo (catedral), o Palazzo Pretorio, a basílica de S. Maria delle Carceti e as igrejas de S. Francesco e S. Domenico abrigam obras de arte de grandes mestres como Donatello, Filippo e Filippino Lippi e outros importantes artistas do Renascimento.

Siena

Siena é a qualidade de vida transformada em cidade. Foi a primeira cidade europeia a fechar o próprio centro histórico ao trafego de veículos já em 1966. Lugar internacional de cultura que conta com uma universidade com mais de 750 anos e hospeda instituições de prestigio como a Accademia Musicale Chigiana, a Università per Stranieri e a Accademia dei Fisiocritici. Na cidade onde cada pedra mantém-se imutável ao longo dos séculos, respira-se uma atmosfera única ao mundo porque seu povo conserva vivas as antigas tradições, como àquelas relacionadas ao Palio, renovando-lhes a cada ano com força e entusiasmo.

Continuando Vernio

Prato del Sole

Continuando a cidade da publicação anterior (veja aqui), vamos passear por mais lugares interessantes de serem visitados em Vernio. Agora vamos conhecer lugares de grande beleza natural e interesse histórico. Vamos passear por seus parques, ruínas e encontrar belos locais para momentos de reflexão, sejam eles com a natureza, sejam ele com nós mesmo.

Vernio - Casa-del-MulinoPrato del Sole e Giardino Geometrico del Mulino – é um jardim cercado por árvores e que em seu centro encontramos uma escultura de metal esmaltada simbolizando o Sol. Foi doada pelo pintor Bruno Saetti Montepiano, antigo morador da Casa do Moinho. Lá ele encontrou um ambiente ideal para viver e desenvolver seu trabalho artístico. Foi sua vontade que o jardim botânico fosse público, para que os cidadãos e visitantes da cidade pudessem contemplar, em seus bancos espalhados pelo parque, uma área pacifica e harmoniosa. Atualmente a Casa del Mulino é usada como escola de arte.

Rocca di VernioRocca di Vernio – é uma aldeia que compreendia o que hoje são as cidades de San Quirico e Sasseta, atualmente é o nome dado ao castelo e os vestígios da fortaleza que ainda permanecem no local. O castelo teve grande importancia militar no século XIV, mas foi parcialmente destruído entre os séculos XIV e XV, durante as guerras que devastaram o território de Vernio. Hoje é uma propriedade privada que pode ser visitada agendando com seus proprietários. Em contrapartida a aldeia ainda está bem preservada. Podemos ver as casas dos senhores feudais e uma capela dedicada a Santa Ágata de 1556 e refeita em 1706.

Vernio Parco NaturaleAlta Carigliota e Monte delle Scalette –  é uma área natural protegida. Oferece uma paisagem selvagem de montanha de grande beleza, nela podemos ver perfeitamente a coroa feita pelos cumes das montanhas dos Apeninos. É um local marcado pela força da água e do vento. Nele encontram-se eventos geomorfológicos de grande interesse.

Parco linea-goticaParco Memoriale della Linea Gotica – Parque localizado em um dos principais vales fluviais do Bisenzio, mais particularmente em Sieve e Mugello, é um local onde ainda existem importantes vestígios de onde outrora foi um reduto alemão.

Conhecido também por Colina 810, o Monte delle Scalette foi o ponto de defesa nos 334 dias das batalhas entre alemães e estadunidenses. Em 9 de setembro de 1944 começou o chamado “ataque a Linha Gótica”, momento em que o monte teve grande importância tática pois permitia controlar o ritmo de Montepiano, onde os aliados poderiam facilmente contornar os defensores notadamente alemães na estratégica passagem Futa, e também possibilitar um rápido avanço para Bolonha.

Infelizmente dezenas de civis foram envolvidos tragicamente, em sua maioria famílias refugiadas nas montanhas como forma de escapar dos bombardeios e ataques sofridos pelas aldeias, vilas e cidades próximas. Hoje a esperança é que o parque com seu monte seja um lugar de encontro e de memória onde leve o visitante a refletir sobre o que suas responsabilidades individuais afetam a formação de uma responsabilidade politica.

Vernio linea-goticaTodos os anos, no terceiro domingo de setembro, há uma tradicional festa de aniversário da batalha. As mais altas autoridades civis da Toscana, bem como representantes de associações Arma americano italiano e alemão , e os departamentos militares em serviço sempre estão presentes no evento.

Ainda podemos encontrar na área outras importantes testemunhas da guerra:  o cemitério militar alemão na passagem Futa e o Cemitério Militar Sul-Africano , na pequena cidade de Castiglione dei Pepoli. Em Prato, o Museu da deportação e o monumento aos 29 Partigiani capturados e enforcados na ultima saída do exercito alemão, enquanto desciam as montanhas para juntarem-se aos aliados.

** Fotos do site da comune di Vernio

As belezas e mistérios de Zeri

ZeriLocalizado no Alto Lunigiana na provincia de Massa-Carrara, Zeri é o nome dado à uma região que compreende 23 cidades e que fazem fronteira com a Liguria e Emilia Romagna. Estende-se por uma área de 73 km²  de planalto rodeado de montanhas.

Com colinas, vales e pastos tem sua natureza totalmente intacta, graças ao seu isolamento e também pela preservação por parte de seus habitantes. É um ótimo lugar para quem quer descansar das agitações das cidades grandes e ir curtir o clima calmo e agradável das montanhas sem deixar os confortos da vida moderna de lado.

No entanto, mesmo com o clima propicio à um belo descanso, em Zeri você também pode se aventurar pelas colinas fazendo trilhas e, no inverno, até mesmo esquiando por suas belas montanhas. Os 365 dias do ano são ideais para visitar a região que é uma área de interesse natural, com muita história, mistérios, excelente gastronomia local e atividades de lazer.

Zeri 2Para se ter um exemplo da sua diversidade temos as cidades Patigno e Walnut  que estão localizados em um ambiente de montanha, enquanto Paretola , Floresta e Vale são centros de campo cercado por densas florestas de castanheiros. É um tipico local onde ainda encontramos ovelhas em toda a parte e também gados criados como antigamente, livres pelos pastos.

Pelo seu centro histórico podemos admirar a arquitetura rural, muito particular na aldeia de montanha de Formentara, onde encontramos uma pequeno Maestà* em mármore , pequenas estátuas de santos dispostas ao longo das estradas e também várias antigas festividades pastorais e uma cozinha unica, tendo como principal ingrediente a castanha.

Em suas cidades, ainda hoje podemos admirar casas antigas , igrejas, pequenas cidades no alto de colinas e moinhos ocultos. Tudo nos remetendo aos dias muito antigos, no tempo em que a vida era vivida de acordo com os ritmos e ciclos da natureza e da família. Ainda podemos encontrar o que foi o núcleo fundamental da comunidade e uma unidade produtiva independente

Zeri 3Quando você entra no território de Zeri, por todo o seu ar de mistérios, pode-se ter uma sensação de sacralidade. Em Patigno, que é a sede administrativa do município, encontra-se o santuário dedicado à Nossa Senhora de Lourdes no Colle della Gretta. Há também a igreja de Patigno, local que atrai peregrinos de toda a Itália que vão em busca da Ordem carismática.

Cada uma das suas 23 aldeias possui sua própria igreja e cada uma dedicada a um santo diferente. E por isso durante todo o ano são organizadas as festividades para cada padroeiro em cada cidade. Essas celebrações não só envolvem os habitantes das cidades como também dos turistas que aproveitam as festas para conhecer as tradições e hospitalidade do local.

Maestà é o nome dado a representação de Maria com o Menino sentada no trono, rodeada por santos e anjos

**Fotos tiradas da página da comune de Zeri no Facebook

Continua na próxima publicação

A pitoresca Stia

StiaHoje vamos falar de mais uma cidadezinha pitoresca desta linda região. Stia, desconhecida de muitos ela está localizada a uma altura de 441 m acima do nível do mar na província de Arezzo. Sua população é de aproximadamente 3.000 habitantes.

O primeiro documento escrito sobre a aldeia de Stia é datado de 1053 no Resumo Camaldolese onde pode-se ler a  “Plebe S. Mariae de Staia”. Em 1093 aparece novamente nas suas páginas uma citação de um  “casale de Stia”

Foi durante a Idade Média que a pequena Stia se desenvolveu. Em torno da Igreja e da praça principal a cidade foi dando forma juntamente com um dos castelos mais antigos dos Condes Guidi, o  então chamado de “Contea di Porciano”. Foi fortemente ligada à Firenze com os Médici e Habsburgo – Lorena.

Seu grande desenvolvimento se deu graças à lã, tornou-se uma grande centro de produção. Foi lá onde “nasceu” o famoso Panno Casentino, que é produzido e comercializado hoje por duas empresas locais. No entanto, hoje ela sobrevive do turismo.

Percorrendo a cidade temos vários lugares interessantes de serem visitados:

Piazza TanucciPiazza Tanucci, ela é o coração de Stia. Leva o nome do famoso estadista e iluminista do Reino de Nápoles Bernardo Tanucci nascido em Stia em 1698. Sua peça central é uma homenagem à Tanucci, uma bela estrutura de forma irregular cercado por arcadas. Uma caracteristica de todo o traçado urbano do centro histórico. Nela também podemos encontrar um afresco de Pietro Annigoni  retratando São Francisco, próximo à igreja românica de Santa Maria Assunta.

Pieve di Santa Maria Assunta, uma das igrejas românicas do alto Casentino. Vista da Piazza Tanucci, sua estrutura básica é do século XII. Seu interior mantem a nave românica original e duas naves divididas por colunas monolíticas.

Nela podemos ver as seguintes obras de grande valor artístico:

Santa Maria Assuntatrittico dell’ Annunciazione e Santi di Bicci di Lorenzo (1414)
Madonna col Bambino della scuola di Cimabue
Madonna col Bambino – terracotta bianca invetriata di Andrea della Robbia (1437-1528)
ciborio in terracotta policroma invetriata, opera della bottega dei Della Robbia (sec.XVI)
La cena di Gesù in casa del fariseo – Simone Ferri, 1596
Assunzione della Vergine – Maestro di Borgo alla Collina sec. XV
Crocifisso in legno dipinto sec.XVI
Predica del Battista – Olio su tela di Gian Domenico Ferretti (1692-1766)

Palagio FiorentinoPalagio Fiorentino. Localizado no centro da cidade o castelo foi construido em 1230 e completamente destruido em 1440. o prédio atual foi construido por Carlo Beni, autor do “Guida del Casentino”. Seu visual hoje possui o estilo neo-gótico com fachadas e escadarias que lembram o castelo de Poppi. Hoje o palácio abriga a Coleção de Arte Contemporânea e também é usado para grandes exposições e conferências.

Castello do Porciano, é um dos mais antigos castelos dos Conti Guidi e também um dos mais interessantes do vale por ser um raro exemplo de castelo torre. è famoso pelas memórias de Dante: a tradição diz que Dante foi mantido prisioneiro depois da batalha de Campaldino.Castello di Porciano

E também: o Oratorio della Madonna del Ponte, Chiesa di S.Lorenzo Dionisio a Porciano, Santuario di Santa Maria delle Grazie, Moinho di Bucchio, Castello d’Urbech, Chiesa di S.Andrea Corsini a Gaviserri, Chiesa di Santa Cristina a Papiano, Maestà di Montalto e Oratorio della Madonna del Ponte.

Além dos museus: Museo dell’Arte della Lana, Collezione d’Arte Contemporanea, Museo dello Sci, Collezione Ornitologica “Carlo Beni”, Museo del Bosco e della Montagna e Museo del Castello di Porciano

* fotos site da Comune di Stia