Caminhadas na Toscana

Você quer realmente conhecer uma área?

Então esqueça carros, trem, ônibus… Simplesmente caminhe, ou vá de bicicleta, ou até mesmo de cavalo se for possível. É quando adotamos um ritmo mais lento de viagem que descobrimos a paisagem, nos damos conta de cada detalhe que muitas vezes não vemos por estar em um ritmo mais acelerado.

É caminhando que entramos em contato com a natureza e com nós mesmos. É quando temos o olhar voltado para um ponto de vista diferente, distante do turismo de massa.

E claro, a Toscana é o lugar perfeito para esse turismo mais calmo. Com suas paisagens únicas, diferentes, que vão desde os picos das montanhas dos Apeninos até o interior da Maremma. Itinerários para todos os níveis de experiência e gostos. Desde passeios em família até rotas mais desafiadoras para montanhistas. Em todos eles você encontrará algo de espetacular que não esperava.

E na região há vários tipos de caminhada, veja o que pode ser feito na Toscana:

*Caminhadas nas montanhas


Por dentro da natureza intocada, nas montanhas há percursos de dificuldades variadas. Nele você pode juntar cultura e exercício. Um exemplo é trilhar os percursos na Garfagnana, onde você percorre aldeias medievais com suas tradições antigas ao mesmo tempo que explora as famosas montanhas brancas de mármore dos Alpes Apuanos.

*Caminhadas urbanas


Caminhar não significa somente ir a lugares distantes das cidades, ou apenas ir em aldeias. Considere também caminhada quando você passeia a pé pelas cidades. Um exemplo é Siena, onde caminhar por suas encostas íngremes une atividade física com patrimônio artístico. Outro exemplo de caminhada urbana é percorrer a Via Francigena, onde a fé também se faz presente.

*Caminhadas nas colinas


E o que dizer de caminhas pelas colinas? Cerca de 170km de trilhas encontramos ao redor de Florença. O chamado Anel renascentista é cheio de mosteiros, castelos, igrejas românicas. Todos voltados para o centro histórico da cidade tendo como ponto de referencia a cúpula da catedral, o símbolo da cidade renascentista.

*Caminhadas à beira-mar


Nada como se “perder no tempo” contemplando o mar. Se preferir um passeio a beira-mar vá conhecer a Costa Etrusca. Nela você encontra várias trilhas para caminhada que também podem ser feitas em mountain bike ou a cavalo.

E aí, que tal colocar no seu roteiro um passeio agradável pela natureza, se perder no tempo e nas belezas da região enquanto esquece dos problemas e se conecta com sigo mesmo?

Uma árvore muito especial

“La grande Quercia, o grande Carvalho, uma arvore estupenda, cheia de misterios e lendas, que há 600 anos vive entre colinas quase desenhadas por fileiras de videiras e oliveiras antigas, na propriedade de uma vila dos anos 700, a Villa Carrara, nos arredores de San Martino em Colle, um vilarejo na parte norte de Campannori na Lucchesia no meio caminho entre Lucca e Collodi. Ao redor da planta há apenas uma cerca, nenhuma placa indicando que foi incluída na lista de atrativos paisagísticos.

A árvore, da espécie Quercus pubescens, tem dimensões quase irreais: 24 metros de altura, circunferência de 4,5 metros, enquanto a folhagem tem um diâmetro de mais de 40 metros. Em 600 anos, este carvalho testemunhou uma infinidade de eventos. Nascido no final da Idade Média atravessou toda a Idade Moderna para chegar aos nossos dias. Durante esses seis séculos, foi posta à prova diversas vezes, sofrendo ataques humanos, desastres naturais e doenças. Danificada por vândalos no século passado, destinada pelos alemães a virar lenha durante a Segunda Guerra Mundial, mas felizmente poupada graças à mobilização de moradores locais, gravemente atingida por um raio na década de 1960 e ainda colonizada por insetos. Hoje está sob a proteção da Superintendência do Patrimônio Cultural

Está entre as árvores mais famosas da Itália, e devido ao seu intrigante formato, com a folhagem mais desenvolvida horizontalmente do que verticalmente, a imaginação de muita gente voou alto e deu origem à algumas lendas. Vamos à elas:

Também chamado de Carvalho das Bruxas, dizem que elas faziam seus rituais de magia e danças em cima das folhagens, fazendo com que seus galhos não crescessem para cima e sim para os lados, dando a forma achatada à árvore com seus galhos retorcidos.

O enigmático carvalho está também ligado ao romance “As Aventuras de Pinóquio” “História de um fantoche”. Este seria o “Carvalho Grande” onde Pinóquio foi enforcado pelos assassinos que queriam roubar as moedas de ouro e foi peprto dela que o fantoche conheceu o Gato e a Raposa, que o convenceu a enterrar o dinheiro no Campo dos Milagres na cidade de Acchiappa-citrulli.

Para chegar ao Carvalho das Bruxas você deve pegar a rodovia A11, saída Capannori, seguir as placas para Gragnano, pegar a Via Lucchese / Pesciatina, depois a Via Carrara e o desvio da SP31 que desce pelo bosque e chega logo ao lado da árvore. De Lucca seguir as indicações para Gragnano, pela Via Lucchese / Pesciatina, depois pela Via Carrara e pelo desvio da SP31 que desce pelo bosque e chega junto à árvore.

*Fotos : Claudia Bini

Uma Vila Submersa

Uma cidade submersa à 92 metros de um lago no coração da Alta Garfagnana está para voltar por um pequeno periodo de tempo, de volta à superficie, esta é a vila medieval de Fabbriche di Careggine, na província de Lucca.

Fabbriche di Careggine foi fundada por ferreiros bresciais no século XIII. Conquistada pelos Estensi, a cidade alcançou sua maior importância no século XVIII, quando foi construída a Via Vandelli que ligava Modena à Massa. Os trabalhadores, que se tornaram especialistas após séculos de atividade, encontraram apoio no Duque de Modena Francesco III d’Este que, em 1755, para aumentar sua atividade metalúrgica, concedeu isenções fiscais e inúmeros outros privilégios. Após uma fase de declínio, no início do século XX a economia do país se recuperou imediatamente, após a exploração do mármore nas proximidades. Depois veio a represa e a criação da bacia do lago

Entre 1947 e 1953, a pequena vila, que na época possuia um povoado composto por 146 habitantes em 31 casas, foi evacuada e submersa pelas águas do corrego Edron fazendo com que surgisse o artificial Lago Vagli. A barragem, propriedade da Enel,é um recurso muito importante para a produção de energia elétrica, além de ser uma reserva de água fundamental para o vale do Serchio e arredores.

Havia um acordo com o construtor da barragem onde a cada 10 anos o lago seria esvaziado para que os ex habitantes da vila pudessem rever o local onde nasceram e . O acordo foi cumprido nos anos de 1958, 1974, 1983 e 1994, mas desde então nunca mais voltaram a esvaziar o lago. Não é dificil de entender do porque não esvaziaram depois de 94, a secagem bem custosa: além das operações de esvaziamento, 5 ou 6 meses sem um lago para a Enel significaria uma perda de alguns milhões de euros. Mas para a região a emersão da vila de tempos em tempos é benefica para as cidades do entorno, pois milhões de pessoas vão para conhecer a cidade fantasma e acaba contribuindo muito com o turismo local.

Depois de algum tempo brigando com o prefeito de Vagli di Sotto, Mario Puglia, que cobrava o acordo de esvaziar de tempos em tempos o lago a Enel comunicou que está organizando o procedimento: “Um ‘Memorando de Entendimento’ com o Município de Vagli di Sotto e Romei está sendo formalizado para apoiar o “Projeto Essere 2020 – Vagli” explica a Enel. O memorando – continua a nota – tem como objetivo promover e apoiar o turismo responsável, por meio da conscientização e crescimento cultural da comunidade no campo da energia limpa e renovável: entre as propostas consideradas sob a iniciativa estão a abertura de locais utilizados para museus digitais indoor, a criação de instituições museárias no território e na história local, a reconstrução do ambiente natural, incluindo a limpeza do reservatório vagli por meio de uma série de atividades que, através do possível esvaziamento da bacia, preveem a realização de atividades de manutenção em obras hidráulicas, intervenções ambientais com obras de engenharia naturalista e projetos de melhoria turística”.

Portanto, em breve, do fundo do reservatório artificial poderia ressurgir, novamente, a
vila de pedra e a igreja de San Teodoro com sua torre de sino quadrado. E com eles uma história que tem suas raízes ao longo dos séculos. E isso se tornou importante com a conquista da vila pelos Estensi e com a construção da Via Vandelli, que ligava Modena à Massa.

Teatrino di Vetriano

Nos Apeninos que tocam Lucca, em Vetriano, há uma pequena joia a ser descoberta. 71 metros quadrados, 60 lugares na plateia e 20 em dois andares de balcões: os números deste antigo celeiro nas montanhas de Lucchesia, transformado em teatro no final do século XIX e tão pequeno a ponto de ser credenciado pelo Guinness World Records Book . Estamos falando do Teatrino di Vetriano, o menor teatro historico publico do mundo.

Sua história remonta a 1889, quando o engenheiro Virgilio Biagini confiou à pequena comunidade um celeiro para servir de teatro. Os habitantes, na sua maioria camponeses, acolheram com grande simpatia a doação, dando vida a uma “Società Paesana”, que em seu inicio era composta por apenas 18 investidores, que se tributava com um pagamento único de 2 liras e mais 50 cêntimos por mês para construir o teatro mais mão-de-obra até a conclusão da obra.

Graças à laboriosidade dos habitantes, o teatro foi construído em apenas um ano e em 1890 o palco, emoldurado por decorações neoclássicas, foi capaz de receber as primeiras apresentações. Eram principalmente obras em prosa e comédias musicais, muitas vezes escritas e interpretadas pelos próprios moradores, que tinham que trazer suas cadeiras de casa para desfrutar dos shows. Mais tarde a atividade se intensificou e o teatro logo se tornou uma referência para toda a região.

Com o passar dos anos, com o desaparecimento da Sociedade Paesana, muito em decorrencia da Segunda Guerra Mundial, que foi um periodo de falência e fuga de alguns de seus investidores, o Teatro caiu no abandono e ficou inutilizável. Longas dividas contribuiram para que parte do seu terreno fosse cedida à camara municipal da cidade. Até que, em 1997, os herdeiros do Engenheiro Biagini recorreram à FAI (Fondo per l’Ambiente Italiano), cedendo sua cota de teatro para cuidar dele.

Após uma cuidadosa recuperação sob supervisão da Diretoria dos Fundos de Recuperação de Monumentos da Itália, iniciou-se um trabalho de restauração importante, liderado pelo arquiteto William Mozzoni, que conseguiu concluir as obras em 2002. Algumas peças raras e originais foram recuperadas completamente, ao mesmo tempo em que novos espaços e acessórios foram obtidos graças a colaboração dos vizinhos.

Finalmente, em 2003, após passar por períodos conturbados, o Teatrino voltou à vida e hoje recebe brilhantes companhias teatrais de comédia, ópera e eventos para um público que não pode ultrapassar 85 pessoas e, assim, retomou o titulo de menor teatro do mundo. Atualmente, abriga eventos em colaboração com a Academia de Teatro Ala Escala e ainda é visitado por turistas de todo o mundo.

Hoje é possível admirá-lo como era no final do século XIX, com um palco de cinco metros e meio de profundidade e largura, e uma bela cortina pintada. Instalado sob o teatro, é possível admirar dois camarins para maquiagem, uma alfaiataria e um pequeno depósito de fantasias.

Foi doado à FAI pelos herdeiros Biagioni e concedido em concessão pelo Município de Pescaglia, em 1997

  • Fonte site do FAI (Fondo perL’Ambiente Italiano)

Quando na Toscana a véspera de Ano Novo era 25 de março. História de “estilos”, reformas e… tanta confusão


Agora, 24 de março, enquanto você está lendo este artigo se você tivesse vivido na Toscana de 270 (e além) anos atrás você estaria preparando (covid permitindo) para a festa da vigília de fim de ano… Se em vez disso você viveu em Garfagnana (até 1582) e está sob o Ducado de Modena, a vigília de fim de ano você teria comemorado na véspera de Natal: 24 de dezembro.

É claro que, naquela época, não havia celebrações como as entendemos hoje e até mesmo para falar sobre elas, mas é verdade que a Itália até não muito tempo atrás era uma confusão no que diz respeito à maneira de começar o ano. Praticamente você vivia em um Réveillon contínuo, apenas viajar de um borgo para outro. Na verdade, havia várias maneiras de calcular o ano, e as mais habituais contemplavam dois chamados estilos intimamente relacionados à esfera religiosa. O estilo da Encarnação e o estilo da Natividade, só para complicar ainda mais as coisas, também aconteceu que no mesmo estilo variantes significativas poderiam coexistir, havia, por exemplo, o estilo Pisan que seguia o estilo da Encarnação, mas antecipando por um ano o estilo florentino, também baseado na Encarnação (portanto, um ano datada de Ano Dominice Encarnações MCXXVII, die Kalendarum octubris escrito em Pisa deve ser datado de 1126 de outubro 1° , em Florença 1127 de outubro). Muito complicado??? Não se preocupe! Agora vou explicar todos os fatos claramente.

As antigas (de fato muito antigas) comunidades camponesas do passado eram a favor de começar o ano com o princípio do ano agrícola, isto é, quando o trabalho começou nos campos, na verdade o calendário romano de Rômulo começou o ano em março. Com o advento do cristianismo, a música mudou e proibiu qualquer escolha que todos fizessem sobre quando e como começar o ano, foi decidido que festivais religiosos deveriam marcar as viradas dos tempos. Assim foi, que o início do ano de lugar para lugar foi estabelecido principalmente em duas datas: a Anunciação, ou seja, dia 25 de março, quando lembramos o anúncio do Arcanjo Gabriel para Nossa Senhora do nascimento virginal de Jesus e em 25 de dezembro, o Natal Sagrado. As considerações da época diziam que o ciclo anual deveria começar com o primeiro ato de Salvação: com a Encarnação de Cristo, o momento em que “Verbum caro factum est”.

Por outro lado, o Natal (que de fato cai exatamente nove meses após a Anunciação) ligou o início do ano a aparição de Jesus, da Palavra entre os homens, uma opção que prevaleceu na maioria dos casos. Diante de tudo isso na Itália começou a confusão de datas no dia em que o ano começou e assim cada Estado adotou o sistema mais agradável a eles em um emaranhado convulsivo de dias que viam além do estilo da Encarnação e do estilo da Natividade, também (como já lemos) o estilo Pisano que seguiu o estilo da Encarnação que se compara ao estilo florentino (também baseado na Encarnação) antecipou-o por um ano.

O mesmo estilo pisano (além de Pisa) foi seguido por Piombino, em Roma alguns Papas adotaram outros não, em San Miniato, em Bérgano, em Lucca (em parte), em Lodi (até o século XV) e na Tarquinia. O chamado estilo florentino foi obviamente seguido em Florença, Ravenna, Novara e Cremona (até o século XVI), em nossa Toscana encontrou consenso em Siena, Pontremoli, Colle Val d’Elsa, Prato e Lucca (até o século XII). O estilo natividade tomou uma bela fatia do norte da Itália e foi usado em Pavia, Brescia, Alessandria, Crema, Ferrara, Modena (e assim também em Garfagnana), Como (até o século XV), Rimini e Orvieto. Na Toscana foi aplicado às cidades de Pistoia, Massa, Arezzo e Cortona.

Para aumentar toda essa grande desordem, havia também cidades como Milão, Bolonha e Roma, onde esses diferentes sistemas foram usados ao mesmo tempo ou foram sucessivos. Mas cuidado, a confusão de datas não terminou aqui, houve também um estilo bizantino que começou o ano em 1º de setembro e foi seguido na Calábria, Amalfi e Bari… Diga-me como um pobre infeliz da época poderia entender algo e até hoje para historiadores e estudiosos isso não é fácil, porque ao analisar documentos antigos você tem que levar em conta essa disputa de sistemas. Mais precavidos foram os antigos sábios romanos, eles também começaram o ano em março, mas pelo menos em seu vasto império eles uniformizaram para todos os povos submissos uma única e única data: 15 de março (mais tarde o 1º), o que nos explica hoje porque o nome dos meses (que na época eram dez) ainda se referem por etimologia à sua contagem a partir do que para nós seria o terceiro mês (para os romanos o primeiro) : Setembro, sétimo mês, oitavo mês de outubro, 9 de novembro, dia 10 de dezembro. Este era o calendário romano ou mesmo dito de Rômulo ou que você quer calendário pré-Juliano.

Pré-Juliano porque um belo dia do ano 46 a.C o bom Júlio César decidiu reformar o referido calendário, de modo que, segundo cálculos astronomicos decidiu começar o ano não mais em março, mas com um grande espírito de previsão em 1º de janeiro (ops… Esqueci, os anos naturalmente contados não desde o nascimento de Cristo, que ainda estava para nascer, mas a partir da data da fundação de Roma), mas não só, já que havia também um mês, o quintil mês (ou seja, o quinto) tornou-se Julios ou hoje em julho. Fato que essa reforma (à qual foram adicionados os dois meses que faltaram hoje) que tomou o nome do calendário juliano. Gostou tanto que com algumas variações persistiu por toda a Europa por cerca de 1600 anos, até o dia em que o Papa Gregório XIII cansado de toda essa grande bagunça de datas espalhadas pela Europa fez como Júlio César mais de mil anos antes… Em 24 de fevereiro de 1582, com a bula “Inter gravissimas” ele definitivamente reformou o calendário, consertando de uma vez por todas (e por todos !!!) o primeiro de janeiro como seu início. Só para todos, mas não… Esta intimação não se aplicava à Toscana e ao seu Grão-Ducado, que com grande teimosia e tenacidade não queria de forma alguma aderir ao calendário gregoriano que agora era aplicado em toda a Europa. Tal e tanto foi a perseverança do Grão-Ducado Católico e suas posses (ver também Barga) que nem mesmo o Florentino Giovanni de Médici quando chegou ao discipulo de Pedro (1605) com o nome do Papa Leão X convenceu o Grão-Duque Fernando I a manter o novo calendário, mas as justas motivações do Santo Padre persuadiram o governante toscano.

Adotar esse calendário significaria menos confusão política e uma simplificação do comércio. Não havia nada para fazer, pois na Toscana o ano continuaria a começar em 25 de março. Tradições, cultura e costumes valiam mais do que qualquer outra coisa e então como “Fiorenza”, a cidade das flores, não poderia colocar o início do ano com o advento da primavera e acima de tudo, Florença era a cidade dedicada a Nossa Senhora, nela foram nomeada os principais templos, pela SS Annunziata (onde o Ano Novo foi celebrado com grandes festas na presença do afresco milagroso da própria Nossa Senhora) , mas também a própria catedral de Santa Maria del Fiore aludiu (e alude) ao renascimento da natureza e, ao mesmo tempo, ao “renascimento” da humanidade no dia da Encarnação. Em suma, a partir desse momento em toda a Grande Ducal Toscana, a desobediência papal durou 167 anos, quando um belo do Grão-Duque Francisco III de Lorena farto de toda essa manfina aboliu os usos antigos e também impôs para a Toscana que o ano deveria começar em 1º de janeiro. Era 20 de novembro de 1749, com 1 de janeiro de 1750 começou em todo o Grão-Ducado (como tinha sido em uso por um longo tempo em muitos outros estados italianos e estrangeiros) a nova contagem dos anos.

Os motivos que levaram o iluminado Grão-Duque a esta dolorosa decisão foi que eles eram absolutamente justificados e em sintonia com os tempos, em primeiro lugar ele queria dar uma maneira igual de começar o ano em todas as suas posses e mais do que qualquer coisa em uma Europa unida por fluxos e tráfego de pessoas, bens e capital já não fazia sentido manter um sistema de contagem incomum e obsoleto dos anos, então:”… a fim de evitar qualquer confusão e dificuldade no tempo discernido, foi ordenado, pela Lei de 20 de novembro de 1749, que o tempo e anos de salvação do homem, que costumava ser contado pelos povos toscanos a partir de vários dias, deveriam ser iniciados por todos de forma única e idêntica, de modo que o anterior, contrariando ao do Império Romano, mas que, a partir do próximo ano de 1750 e em perpetuidade, em 1 de Janeiro que marca o início do Ano Novo entre outros povos, é celebrado e usado na contagem do tempo também com o consentimento do povo toscano”. Assinado: Cesare Francesco Pio, Fortunato, Augusto, Duque de Lorena e Bar e Grão-Duque da Toscana, nascido para o bem-estar da comunidade, amplificador da Paz, defensor de concórdia e Salvador do mundo…

*Inter gravissimas é uma bula pontifícia assinada pelo Papa Gregório XIII a 24 de Fevereiro de 1582 para introduzir uma série de emendas, correcções ou reformas no Calendário juliano e nas tabelas de cálculo da Páscoa até então utilizadas.

** Ilustrações e texto traduzido do original em italiano escrito por Paolo Marzi do blog paolomarzi.blogspot.com

Sant’Anna, em busca da verdade

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Foto de Flavia Sbragia tirada no Museu de Sant’Anna

Por cinquenta anos o massacre de Sant’Anna ficou sem resposta. Apenas em outubro de 1944 uma comissão militar americana realizou as primeiras investigações sobre o acontecido. Recolheram alguns testemunhos, mas não encontraram nenhuma pista sobre os responsáveis.

Em 1947 uma outra comissão, agora liderada pela British Investigation Force conseguiu reunir, através de declaração de sobreviventes e testemunhas, alguns elementos que identificam os responsáveis, mas até 1994 não foi possível chegar a uma verdade definitiva sobre o crime ocorrido em Sant’Anna.

Em fevereiro de 1947 protestos acalorados surgiram por toda a Versilia com acusações contra o general Kesselring de ter participado do massacre de Stazzema, e também contra Maz Simon, comandande da XVI Divisão SS. Ambos envolvidos em outros crimes Nazi-fascistas.

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Foto de Flavia Sbragia tirada no Museu de Sant’Anna

Naquele ano descobriram, em Roma, um armário que posteriormente foi apelidado de “Armadio della Vergogna”. Ele estava em um porão no Palazzo Cesi, um prédio do século XVI na via degli Acquasparta, sede do Procurador Geral Militar , trancado com as portas viradas para a parede. Nele encontraram 695 arquivos relativos aos massacres Nazis-Fascista  e 415 nomes de culpados, e entre eles documentos que citavam Sant’Anna.

Graças às ações realizadas pelo Comitê para a Verdade e a Justiça, criando em Stazzema em setembro de 2000, a Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados , em 6 de março de 2001 concluiu o trabalho de investigação e averiguação dos 695 arquivos ocultos.

Nomes das vitimas, nomes dos assassinos, locais dos crimes, tudo foi anotado nesses arquivos e escondidos por 50 anos. Uma investigação para cada arquivo, um processo para cada investigação preliminar foi feita, e aos poucos cada um dos culpados foi acusado e condenado pelos seus crimes.

Em Julho de 2005 o Tribunal Militar de La Spezia emitiu a sentença com a qual condenava à prisão perpetua os dez réus da SS  (Schutzstaffel), o exercito nazista, culpados pelo massacre

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Foto de Flavia Sbragia tirada no Museu de Sant’Anna

A sentença foi confirmada pelo Tribunal de Recurso Militar de Roma em 21 de Novembro de 2006 e definitivamente ratificada pela primeira Secção Penal do Tribunal de Cassação em 8 de Novembro de 2007

Mas ainda hoje há muitas questões deixadas abertas, como feridas profundas em toda a nação: Quem deu a ordem de ocultação? Quem assumiu essa responsabilidade dramatica?…

Per non dimenticare

Per non dimenticare, para não esquecer para que possamos lutar para que não volte a acontecer onde for. Neste post iremos começar a falar sobre a barbárie que aconteceu no pequeno vilarejo de Sant’Anna di Stazzema. Um dos crimes mais atrozes cometidos contra civis.

Muitos não conhecem o lugar, e muito menos sua História. Ouvimos sobre a Segunda Guerra, Nazismo e Fascismo, bombas, extermínios. Vários outros lugares e povos, com histórias completamente devastadoras, mas e Sant’Anna? Onde e porquê ela está no meio de tudo isso? Quem fala sobre ela? O que realmente aconteceu por lá?

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Foto do site oficial de Sant’Anna di Stazzema

Segunda Guerra Mundial, 1 de agosto de 1944. Sant’Anna di Stazzema foi qualificada pelo comando alemão como “Zona Branca”, ou seja, lugar adequado às pessoas que não estavam aptas a combaterem na guerra, como crianças, mulheres, idosos, doentes, etc. Por causa disso, várias famílias foram abrigar-se naquela localidade. Outra situação aparentemente favorável era que as cidades ao seu entorno já estavam há vários dias sem realizar operações militares.

No entanto, na madrugada de 12 de agosto de 1944 três tropas da SS (Schutzstaffel), o exercito nazista, subiram a Sant’Anna pelas cidades de Vallechia – Solaio, Ryosina, Mulina di Stazzema, enquanto uma quarta fechava todas as vias de evacuação para o vale, acima da Vila de Valdicastello.

Essa invasão apenas conseguiu ser feita pois os nazistas tiveram a colaboração de fascistas moradores da região no entorno de Sant’Anna. Isso porque o acesso ao borgo era muito difícil. Para chegar lá era preciso passar pelas antigas trilhas de mulas de Valdicastello (Pietrasanta) e pelo lado de Stazzema era preciso uma marcha longa, dificil e cansativa com ao menos duas horas de duração. Foi por essa característica que fez com que milhares de pessoas se deslocassem para o local no verão de 1944, para alcançar esses lugares praticamente inacessíveis.

Às 7 horas da manhã o borgo já estava cercado. Homens da aldeia correram para a floresta tentando refugio na floresta para evitar serem deportados, enquanto que mulheres, crianças e idosos, confiantes de que nada iria acontecer com eles como civis, permaneceram em suas casas.

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Foto do site oficial de Sant’Anna di Stazzema

Em pouco mais de 3 horas 560 inocentes foram brutalmente mortos. Enquanto algumas pessoas foram atacadas por metralhadoras e granadas em suas casas, outras foram brutalmente arrancadas dos seus lares e colocadas na praça, na porta da igreja da cidade formando um grande aglomerado em um espaço de não mais que vinte metros de comprimento, onde foram metralhadas à queima roupa. Tão perto que os soldados podiam ver o horror nos olhos das pessoas. Após o fuzilamento, amontoaram os corpos, alguns até ainda poderiam ter vida, nos bancos da pequena igreja, a fecharam e fizeram uma especie de forno, utilizando os colchões das casas, queimando todos por ali. Insatisfeitos com a consumação dos corpos, ainda empurraram homens e mulheres ainda vivos, que sem reação ao vivenciar tudo aquilo, entraram no braseiro.

Os cadáveres na praça da Igreja eram 132, incluindo 32 crianças. Outros 8 corpos estavam atras do campanário, aparentemente, eram das pessoas que os nazistas capturaram para ajudar a levar a munição.

Todas as casas foram incendiadas. Casas e toda a vida que ainda tinha por lá. Pessoas, animais, tudo. Ao retornarem para as terras baixas, também foram deixando rastros de destruição incendiando tudo e todos que encontravam pelo caminho. Pessoas escondidas em buracos nas pedras foram queimadas por lança- chamas. Uma mulher que corria em desespero com seu bebê nos braços foi capturada.Tiraram a criança de seus braços jogando -a no chão e fizeram a mãe atirar contra seu bem mais precioso matando – o a queima roupa. Esses foram um dos vários episódios acontecidos na ocasião.

Poucos conseguiram fugir. E essa minoria foi a que alertou as cidades vizinhas. Aterrorizados mal conseguiam falar, e as pessoas atônitas entendiam que algo terrível tinha acabado de acontecer , mas não conseguiram imaginar as proporções.

No inicio da tarde os homens que retornavam de seus abrigos e outros poucos sobreviventes retornaram à aldeia. Resgataram os feridos, transportando-os para o hospital do campo de Valdicastello e enterraram os restos, muitos carbonizados, dos cadáveres em túmulos escavados nos jardins.

“A cena mais consternada foi a da praça da igreja: uma massa de cadáveres no centro, com a carne ainda quase frita; de um lado, o corpo de uma criança de cerca de três anos, consumido pelo fogo, com os braços rigidos e levantados como se pedissem ajuda, …, a igreja com o a porta bem aberta, mostrou um grande braseiro dentro, feito com bancos e móveis, e no ar o fedor da carne assada que elevava quase a respiração e se espalhava por todo o vale.” Lembra Don Giuseppe Evangelisti

O enterro desses corpos foi feito no dia 14. Cerca de 30 voluntários vieram de Culla. Era um trabalho bastante difícil e arriscado, especialmente por causa das grandes nuvens de moscas, cujas picadas poderiam ter causado infecções mortais. Não tinham máscaras, não possuiam desinfetantes. Apenas uma pequena garrafa de álcool e um pouco de algodão para cobrir os narizes.

 

Continua…

Sant’Anna di Stazzema

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foto Flavia Sbragia

Sant’Anna ou San’Anna di Stazzema é uma pequena vila da cidade de Stazzema, localizada na província de Lucca à uma altitude de 610 metros a cima do nível do mar aos pés dos Alpes Apuanes.

Distante 12 km de Pietrasanta e 16 da Marina, no Mar Mediterrâneo ; 18 km de Viareggio , 24 de Massa e 37 de Carrara . A estação de trem mais próxima é a de Pietrasanta na linha Pisa-Gênova e a saída da auto-estrada mais próxima é “Viareggio- Camaiore ” na A12 .

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foto Flavia Sbragia

Hoje com apenas em torno de 27 habitantes, a vila já foi habitada por mais de 1500 pessoas. Mas isso antes do massacre que ocorreu em agosto de 1944 durante a Segunda Guerra Mundial onde em torno de 560 aldeães foram mortos. Mas essa trágica História ficará para os próximos posts.

Com o acesso ainda hoje difícil, não há tantas orientações, como placas, para chegar lá. A estrada que nos leva ao pequeno borgo é estreita, dois carros passam com dificuldade em alguns pontos, sinuosa, com muitas curvas dos vales, e muito bonita. Você entra pela natureza e em alguns pontos vê as cidades de baixo ficando para trás e consequentemente para baixo.

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foto Flavia Sbragia

Quando entramos na vila vemos algumas poucas casas, uma pequena praça principal onde está localizada a igreja do local, palco de toda a tragédia, o museu “Histórico da Resistência” contando a historia da cidade, algumas esculturas que remetem ao passado, uma estátua da padroeira do local, que dá nome à vila, Sant’Anna, e um caminho que nos leva a um lugar mais alto, de onde podemos ver todo o litoral Versiliense, o chamado Col di Cava, lugar escolhido para abrigar o monumento em homenagem às vitimas do massacre.

Hoje a pequena Sant’Anna se confunde ao Parque Nacional da Paz, o terceiro do mundo, os outros estão em Hiroshima e Nagasaki. Nele podemos conhecer e aprender mais sobre tudo o que passou ali. Com seus arquivos Históricos, relatos de testemunhas e antigos moradores do local. Um lugar muito pequeno com uma história muito grande e dolorosa.

Para chegar a Sant’Anna di Stazzema vá em direção à Versilia saída da auto-estrada A12; direção Pietrasanta- Capezzano Pianore; de Pietrasanta pegue a estrada provincial Sarzanês na direção de Camaiore; Depois de dois km, vire à esquerda na rótula de S. Anna – Monteggiori – La Cradle.

Contatos:

Parque Nacional da Paz
Museu Histórico da Resistência
Via Coletti, 22 – 55041 Sant’Anna di Stazzema (Lu)
tel. +39 0584.772025
santannamuseo@comune.stazzema.lu.it
http://www.santannadistazzema.org
www.facebook.com/SantAnnadiStazzema

 

Novamente Castelnuovo di Garfagnana

Hoje é dia de falar sobre alguns de seus pontos turísticos. Na publicação anterior mencionei as atividades naturais e rurais que a região oferece e ainda falei um pouco sobre sua história e localização. Agora é a vez de entrar e ver as construções que ela nos apresenta.

Duomo-di-Castelnuovo-di-GarfagnanaO Duomo, ou se preferir, a Catedral

Dedicada à São Pedro e São Paulo tem sua origem datada do século X, no entanto em meados dos anos 500 ela foi reconstruída pela velha igreja românica. No período barroco foram feitas mais algumas alterações em seu interior, preservando somente a sua fachada. Com a segunda guerra, devidos aos ataques bélicos aéreos, vários danos foram causados em toda a sua estrutura, a sua nova restauração revelou suas antigas linhas clássicas.

Em seu interior podemos ver as seguintes obras artísticas protegidas:   A “Pala di S. Giuseppe” feito de cerâmica vitrificada; o  “SS Crocifisso”, escultura em madeira datada do século XV, popularmente chamada de  “Cristo Nero”; A “Madonna con Santi”, tela de Michelle di Rodolfo del Ghirlandaio; um quadro de mármore da oficina em Lucca Civitali; além de outras pinturas.

Outros lugares religiosos importantes de serem visitados são: O Convento de São Giuseppe, o Morro de São Nicolau, a Porta Miccia, o Oratorio da B. vergine. o Oratorio de Santo Antonio, o Oratorio de São Carlo, o Oratorio de Santa Lucia e o Oratorio da Santa Cruz

Sala_Teatro_Alfieri_Asti_dal_PalcoTeatro Alfieri

Considerado o teatro mais representativo do Vale Serchio, foi construído em 1860, a pedido dos anciãos da cidade. Desenhado por Antonio Vittoni, ele demonstra nas formas e linhas decorativas, tanto interna quanto externamente, o papel e as ambições de um povo durante a segunda metade do século XIX. Inicialmente somente apresentava programas líricos, hoje já é grande o seu repertório artístico.

La Rocca Ariostesca

Assim é chamado o museu de história local. O castelo da cidade. Construído por volta do século IX, apresenta torres nos cantos e uma RoccaWebtorre quadrada no centro, forma típica das construções medievais. Como quase todas as construções da região, sofreu mudanças estruturais por causa dos bombardeios da guerra.

Já foi usado como prisão. Durante o governo de Lucca, quando recebeu maior impulso,  foi sede do governo e residência dos comissários, mas hoje, como museu, reúne um extenso registro arqueológico do Vale do Serchio. Possuí uma mostra didática permanente sobre a evolução humana encontrados na Garfagnana, desde o mesolítico, passando pela idade do ferro, até chegar à ocupação romana.

Fortaleza Montalfonso

Foi construída no final do ano 500 para oferecer à cidade um refúgio seguro e de defesa em caso de ataque e cerco.  Apresenta um longo muro com sete baluartes colocados assimetricamente para atender às características do solo irregular. Em seu interior ficavam os edifícios para as tropas e escritórios, soldados e oficiais, hoje restam apenas sete em boas condições, pois muitos deles foram demolidos. Sua porta principal fica de frente para o noroeste. Ainda bem preservada, nela podemos ainda ver o emblema da Garfagnana.

E é ao seu redor que o “Caminho de Ariosto” foi feito. Um passeio que possibilita, através do verde, caminhar ao redor do forte chegando ao que é a capital da aldeia periférica chamada de Torrite.

* fotos 1 luccalive.com;
2 Capitanomont ;
3 robertarossi.it

A vez de Castelnuovo di Garfagnana

Castelnuovo di GarfagnanaDepois de muito tempo sem atualizar o blog e sem caminhar por esses cantos e encantos da Toscana vamos, finalmente, voltar a falar das lindas e pitorescas cidades da região.

Confesso que estava com saudades de viajar com vocês por essas estradas de sonhos. E hoje é dia de Castelnuovo di Garfagnana.

Não posso dizer que a conheço realmente, pois passei muito rapidamente por ela, mais precisamente fui a uma solenidade realizada em seu belíssimo teatro.

MuralhaAo chegar à cidade o que mais me impactou foi a sua muralha, mais propriamente seu imponente portal. Rapidamente me senti nos tempos medievais onde pontes levadiças e seus fossos protegiam o castelo. Não, não tem ponte nem fosso. Só me lembrei desses filmes que a todo o momento nos mostram esses detalhes.

Castelnuovo di Garfagnana, está localizada na confluência dos rios Serchio e Turrite Secca, perto das montanhas do Apenino e dos Alpes Apuanos. É uma das cidades que faz parte da comum, do território da província de Lucca.

Ainda na condição de aldeia, tem seus primeiros registros datados de 740 d.C.. Um século mais tarde, em 872 d.C., já havia indícios de que uma nova cidade estaria surgindo, a muralha do castelo já podia ser vista. Documentos oficiais, então, a denominam como “Castro Novo”, ou seja, novo povoado fortificado. Passou por diversas Somente em 1924 ela passou finalmente para a jurisdição de Lucca.

Castelnuovo di GarfagnanaLocalizada ao norte do Vale Serchio, aos pés dos Alpes Apuanos e Apeninos, distante de Lucca e de sua costa aproximadamende 40km, é um lugar dedicado ao turismo verde (rural e natural). Podemos caminhar por paisagens pitorescas conhecendo a história de uma população em sua variedade de ritmo diário com arquitetura de uma civilização rural e ao mesmo tempo dar um mergulho na natureza descobrindo trilhas, caminhos para trekking, a pé ou a cavalo, de bicicleta tudo em suas montanhas.

Durante o ano há diversos eventos culturais. No Carnaval, desfiles de carros alegóricos e grupos de mascarados. Em agosto a Semana do Comércio, em setembro a tradicional feira onde podemos encontrar além de iniciativas culturais tais como prêmios nacionais de poesia “Olinto Dini” e narrativa “Loris Biagioni”, e encontros com artistas de renome nacional arte, um pouco mais de folclore, esportes, música, gastronomia, artesanato, etc. Mas em toda a região ao seu redor, durante o período de junho a outubro, podemos ver eventos populares. Tradicional é também o mercado de rua antiga, de origem medieval, que acontece todas as manhãs, quinta-feira nas ruas e praças do centro histórico.

GarfagnanaGastronomicamente, é uma região tradicional que tem como seus principais ingredientes aqueles de origem camponesa, de simples preparação. É baseada principalmente nas castanhas, carne bovina, carne de porco, na trutas que habitam os seus rios e produtos lácteos. Tem como seus pratos típicos a polenta de milho e castanhas acompanhada de carne e legumes. É possível comprar em suas pequenas lojas produtos agrícolas locais, tais como: cevada, castanhas, mel. Doces, frios, queijos, requeijão ainda é feito pelas famílias tradicionais. Algumas especialidades são a castanha, a famosa sopa de farro e os chamados necci, feita com a farinha de castanha e queijo cottage.

Como esta publicação está se tornando muito extensa, continuaremos na próxima falando um pouco mais sobre mais lugares interessantes de serem visitados na cidade. Até lá!!

* fotos: http://www.comune.castelnuovodigarfagnana.lu.it/