Uma tradição de natal

É tempo de Natal. Com ele vemos presépios, pinheiros decorados, luzes enfeitando casas e ruas, comidas típicas, presentes… Tantas coisas que são tradições familiares perpetuadas com muito amor entre seus descendentes.


Na região Toscana há diversas tradições natalinas que são anualmente realizadas pelos moradores das cidades.


Hoje falarei do Fiaccole, uma tradição da cidade de Abbadia San Salvatore, uma pequena joia escondida no coração de Monte Amiata.

Todas as vésperas de Natal, a comunidade revive a antiga tradição do “fiaccole” ou tochas de Natal. Na noite do dia 24 de dezembro a cidade enche-se de cantos de pastores e do calor do fogo, e tanto os residentes como os turistas são atraídos numa viagem no tempo.


Esta é uma tradição milenar que tem suas raízes na Notte dei Tempi, bem antes do ano 1000, quando os moradores das aldeias ao redor a abadia e as cidades ao longo da Via Francigena iam à San Salvatore para a missa da meia-noite. As fogueiras estavam sempre acesas para que os visitantes pudessem se orientar nas estradas e se manter aquecidos.


Ainda hoje, pilhas gigantes de madeira são empilhadas em frente à antiga abadia e em vários pontos do centro histórico antes da meia-noite. A cidade inteira percorre as ruas para celebrar o Natal.


As festividades começam por volta das 18h com o acendimento da fogueira abaixo dos pórticos das sedes municipais. Por volta das 21h acontece a bênção dos coristas que cantam e tocam instrumentos pelas ruas dos diversos bairros históricos, parando em frente a cada fiaccola, ou pilha de madeira. As celebrações terminam com a abertura das adegas após a missa.


É um evento imperdível em uma das pequenas cidades mais bonitas da Toscana.

Caminhadas na Toscana

Você quer realmente conhecer uma área?

Então esqueça carros, trem, ônibus… Simplesmente caminhe, ou vá de bicicleta, ou até mesmo de cavalo se for possível. É quando adotamos um ritmo mais lento de viagem que descobrimos a paisagem, nos damos conta de cada detalhe que muitas vezes não vemos por estar em um ritmo mais acelerado.

É caminhando que entramos em contato com a natureza e com nós mesmos. É quando temos o olhar voltado para um ponto de vista diferente, distante do turismo de massa.

E claro, a Toscana é o lugar perfeito para esse turismo mais calmo. Com suas paisagens únicas, diferentes, que vão desde os picos das montanhas dos Apeninos até o interior da Maremma. Itinerários para todos os níveis de experiência e gostos. Desde passeios em família até rotas mais desafiadoras para montanhistas. Em todos eles você encontrará algo de espetacular que não esperava.

E na região há vários tipos de caminhada, veja o que pode ser feito na Toscana:

*Caminhadas nas montanhas


Por dentro da natureza intocada, nas montanhas há percursos de dificuldades variadas. Nele você pode juntar cultura e exercício. Um exemplo é trilhar os percursos na Garfagnana, onde você percorre aldeias medievais com suas tradições antigas ao mesmo tempo que explora as famosas montanhas brancas de mármore dos Alpes Apuanos.

*Caminhadas urbanas


Caminhar não significa somente ir a lugares distantes das cidades, ou apenas ir em aldeias. Considere também caminhada quando você passeia a pé pelas cidades. Um exemplo é Siena, onde caminhar por suas encostas íngremes une atividade física com patrimônio artístico. Outro exemplo de caminhada urbana é percorrer a Via Francigena, onde a fé também se faz presente.

*Caminhadas nas colinas


E o que dizer de caminhas pelas colinas? Cerca de 170km de trilhas encontramos ao redor de Florença. O chamado Anel renascentista é cheio de mosteiros, castelos, igrejas românicas. Todos voltados para o centro histórico da cidade tendo como ponto de referencia a cúpula da catedral, o símbolo da cidade renascentista.

*Caminhadas à beira-mar


Nada como se “perder no tempo” contemplando o mar. Se preferir um passeio a beira-mar vá conhecer a Costa Etrusca. Nela você encontra várias trilhas para caminhada que também podem ser feitas em mountain bike ou a cavalo.

E aí, que tal colocar no seu roteiro um passeio agradável pela natureza, se perder no tempo e nas belezas da região enquanto esquece dos problemas e se conecta com sigo mesmo?

Ponte Sospeso di San Marcello Pistoiese

Você gosta de uma aventura imerso na natureza? Não tem medo de altura? Se suas respostas foram afirmativas tenho aqui uma atração imperdível na província de Pistoia: A Ponte Sospeso di San Marcello Pistoiese, ou Ponte Sospeso delle Ferrie, ou somente Ponte Sospeso.

Foto Stefano Cannas

Foi construída para encurtar a longa caminhada que os trabalhadores de Popiglio tinham que fazer todos os dias a pé para chegar à fábrica metalúrgica de Mammiano Basso. Projetada pelo engenheiro Vincenzo Douglas Scotti, Conde de San Giorgio della Scala, diretor da fábrica de rolamento mammiano Basso da Sociedade Metalúrgica Italiana, sua construção levou aproximadamente 2 anos, começando no ano de 1920, sendo realizada por cerca 30 operários do território, tendo entre eles o gerente da oficina Filiberto Ducceschi, responsável pela realização das obras na parte mecânica e também Cesare Vannucci, chefe dos pedreiros, responsável pelas obras de alvenaria e apoio. A usina metalúrgica foi fechada em 1931 para sempre, de modo que a ponte só foi usada por alguns anos para o propósito original.

Feita com estruturas que repousam sobre quatro cabos de aço mantidos em tensão, a ponte de pedestres mede 227 metros de comprimento, 36 metros de altura máxima no leito do rio e 80cm de largura. A estrutura liga os dois lados do córrego Lima que passa entre Mammiano Bassimo, no antigo município de San Marcello Pistoiese e Popiglio, no antigo município de Piteglio. Atualmente os municípios se uniram e agora passou a ser chamado de San Marcello Piteglio.

Em 1990 entrou para o Guinness Book como a ponte de suspensão de pedestres mais longa no mundo. Perdendo o título em 2006 para a ponte Kokone Yume, no Japão. Porém continua a ser a maior ponte tibetana da Itália. Ao longo dos anos passou por algumas reformas de consolidação e manutenção que a tornaram mais estável e resistente. Em 2014 ganhou iluminação noturna.

Foto: Valdesa.net

Agora como chegar a essa experiência incrível? Bem, se você estiver em Florença ela fica cerca de 90 minutos de distância. Pegue a estrada em direção à Pistoia e depois de uma subida de aproximadamente 40km e uma estrada cheia de curvas. Vá prestando atenção nas placas “Ponte Sospesa”. Há um estacionamento na entrada, tanto ele quanto o ingresso à ponte são gratuitos. Perto do estacionamento há um local ideal para piqueniques, mas se preferir também há a opção de comer comidas típicas Toscanas em um restaurante, o Laghetto.

Então, vamos nos aventurar? Ela é uma ponte muito segura, mas se você não quiser atravessa-la não precisa. A vista do entorno dela já vale a viagem. E isso acompanhado de comes e bebes em um delicioso piquenique entre amigos e/ou família, completa a felicidade.

Uma árvore muito especial

“La grande Quercia, o grande Carvalho, uma arvore estupenda, cheia de misterios e lendas, que há 600 anos vive entre colinas quase desenhadas por fileiras de videiras e oliveiras antigas, na propriedade de uma vila dos anos 700, a Villa Carrara, nos arredores de San Martino em Colle, um vilarejo na parte norte de Campannori na Lucchesia no meio caminho entre Lucca e Collodi. Ao redor da planta há apenas uma cerca, nenhuma placa indicando que foi incluída na lista de atrativos paisagísticos.

A árvore, da espécie Quercus pubescens, tem dimensões quase irreais: 24 metros de altura, circunferência de 4,5 metros, enquanto a folhagem tem um diâmetro de mais de 40 metros. Em 600 anos, este carvalho testemunhou uma infinidade de eventos. Nascido no final da Idade Média atravessou toda a Idade Moderna para chegar aos nossos dias. Durante esses seis séculos, foi posta à prova diversas vezes, sofrendo ataques humanos, desastres naturais e doenças. Danificada por vândalos no século passado, destinada pelos alemães a virar lenha durante a Segunda Guerra Mundial, mas felizmente poupada graças à mobilização de moradores locais, gravemente atingida por um raio na década de 1960 e ainda colonizada por insetos. Hoje está sob a proteção da Superintendência do Patrimônio Cultural

Está entre as árvores mais famosas da Itália, e devido ao seu intrigante formato, com a folhagem mais desenvolvida horizontalmente do que verticalmente, a imaginação de muita gente voou alto e deu origem à algumas lendas. Vamos à elas:

Também chamado de Carvalho das Bruxas, dizem que elas faziam seus rituais de magia e danças em cima das folhagens, fazendo com que seus galhos não crescessem para cima e sim para os lados, dando a forma achatada à árvore com seus galhos retorcidos.

O enigmático carvalho está também ligado ao romance “As Aventuras de Pinóquio” “História de um fantoche”. Este seria o “Carvalho Grande” onde Pinóquio foi enforcado pelos assassinos que queriam roubar as moedas de ouro e foi peprto dela que o fantoche conheceu o Gato e a Raposa, que o convenceu a enterrar o dinheiro no Campo dos Milagres na cidade de Acchiappa-citrulli.

Para chegar ao Carvalho das Bruxas você deve pegar a rodovia A11, saída Capannori, seguir as placas para Gragnano, pegar a Via Lucchese / Pesciatina, depois a Via Carrara e o desvio da SP31 que desce pelo bosque e chega logo ao lado da árvore. De Lucca seguir as indicações para Gragnano, pela Via Lucchese / Pesciatina, depois pela Via Carrara e pelo desvio da SP31 que desce pelo bosque e chega junto à árvore.

*Fotos : Claudia Bini

A encantadora Bolgheri

Muito conhecida por enófilos pelos seus rótulos de vinhos renomados, mas desconhecida como vila pela maior parte dos brasileiros que visitam a Toscana, essa é Bolgheri, uma pequena cidade localizada no município de Castegneto Carducci, província de Livorno com aproximadamente 400 habitantes.

Bolgheri faz parte da Costa Etrusca da Toscana, roteiro que inclui as inúmeras ruínas desse povo que povoou a região antes dos romanos.

Chegar na cidade já é um encantamento em si. A estradinha que nos leva ao borgo é margeada pelos lindos ciprestes que tanto vemos nas fotos de revistas de turismo e nas lindas de cenas de filmes. A famosa Via dei Cipressi.

E quando você finalmente chega é como entrar em um contos de fadas. Da vontade de se perder por horas observando seus pequenos detalhes. Respirando aquele ar de magia. Você se transfere para outra época, outros sonhos.

O borgo tem alguns pontos turísticos. Encontramos a pequena Igreja de San Sebastiano com seu estilo neogótico, erguida no final do século XIX. O brasão acima da entrada é da família dela Gherarsesca, nobres da república de Pisa muito conhecida pela história dos Toscanos.

E também as capelas romanas de Santi Jacopo e Cristoforo e a de Sant’Antonio em estilo barroco. Além do oratório de San Guido construído em 1686 por Simone dela Gherarsesca em comemoração da libertação de Budapeste dos turcos.

Oratório de San Guido

Uma curiosidade é o Oasi di Bolgheri, uma área de 500 hectares, perto do centro da cidade, onde encontramos uma reserva de vida selvagem. Fundado em 1959 pelo Marquês Mário Incisa dela Rocchetta, foi um dos primeiros oásis privados da Itália.

O Castello de Bolgheri infelizmente hoje em dia é uma propriedade privada e não abre para visitação.

Outros encantos de Bolgheri, mais propriamente para quem gosta de apreciar um bom vinho, são suas vinícolas, várias abertas à visitação. Entre eles os famosos DOCS e o pai dos Super toscanos, o Sassicaia.

Antes de terminar esse post eu não poderia deixar de falar da Nonna Lúcia. Avó do grande poeta italiano Giosué Carducci foi imortalizada, juntamente com a cidade, pelo neto em várias de suas poesias. A estátua em sua homenagem foi feita anos após a sua morte. Nonna Lúcia faleceu em 1842.

*Fotos gentilmente cedidas por Daniela Andreini

Entre a arte e a natureza, um dia de relax

Se você gosta de Arte Contemporânea não pode deixar de visitar, o magnifico Parque de Arte Enzo Pazzagli em Firenze. Deixe um dia ou uma tarde para relaxar e apreciar e relaxar nesse lugar.

Considerado um dos parques mais importantes de arte contemporânea da Toscana, se estende por dois hectares ao longo da margem do rio Arno e abriga mais de 250 obras do Mestre Enzo Pazzagli, autor do símbolo ‘Pegaso’ da Região da Toscana, entre elas “Os três Arlequins”, datado de 1966.

Encontramos também obras de Guasti e algumas vacas do “Desfile da Vaca”. Também estão em exibição as “Flores Fotovoltaicas” do Arco. Massimiliano Silvestri, combinação de arte e tecnologia, funcionalidade e estética.

O parque em si é uma verdadeira obra de arte, 300 cipestres dão forma a obra “Lá Trinitá”, que formam três faces, uma das maiores esculturas vivas do mundo que pode ser melhor vista olhando de cima (você pode encontrar a obra no Google Earth), mas também é agradável passear por entre as árvores.

Amado por fotógrafos, artistas e famílias é um local agradável para passar o dia de folga, muito procurado para caminhadas entre a arte e a natureza, visita guiadas, piquenique, relax e eventos. Fica aberto durante o final de semana para o publico em geral e em dias de semana pode abrir por reserva para grupos e grupos escolares.

Para as famílias há inúmeras atividades, eventos, oficinas. Os pequenos podem aproveitar a exibição de algumas obras concedidas pela Fundação carnavalesca de Viareggio.

Há também uma área de jogo com balanços, escorregas e um grande dragão inflável, entre outros brinquedos.

É possível fazer um piquenique no parque levando a sua própria comida, assim como fazer comemoração de aniversários.

Em caso de mau tempo, as atividades podem ser realizadas em uma grande tenda. Durante o verão o Parque abre principalmente à noite nos finais de semana com eventos, cineforums e visitas guiadas, aproveitando o frio da noite.

Desde 2018, a Associação EcoRinascimento administra o Parque de Arte Pazzagli, em Florença, arrecadando fundos para sua manutenção e promoção. O Parque é um excelente exemplo de reurbanização urbana realizada através do Art. O maestro Enzo Pazzagli criou o Parque comprando e transformando uma área verde não cultivada em jardim, galeria, museu, laboratório artístico, espaço para eventos culturais e recreativos.

Com o EcoRinascimento o Parque manteve sua função de museu e laboratório artístico, sediará exposições temporárias, eventos culturais e recreativos e uma área dedicada à sustentabilidade e à ecocidade.

O parque está localizado na Via Sant’Andrea a Rovezzano, 5- Firenze

COMO CHEGAR LÁ:

Da rodovia A1 – Saída em Firenze Sud, continuar no entroncamento, após a ponte sobre o rio Arno, virar à direita na Viale Generale Dalla Chiesa, e no final da avenida na curva rotatória para a primeira direita, descer a estrada onde há um estacionamento em frente a uma vila rosa, à direita da vila há um grande portão com a estátua de Pegasus… você chegou.

Se você vem de FiPiLI, uma vez em Scandicci pegue a autoestrada em direção a Roma, saia em Firenze Sud, alcance Viale Generale dalla Chiesa e siga a mesma rota descrita acima.

Ônibus: Da Estação Firenze SMN ou Piazza San Marco, pegue o ônibus 14A Girone, pare “Aretina S’Andrea”, e saia das escadas em frente ao Parque.

Ciclovia no Arno: você pode chegar ao Parque ao longo da bela ciclovia ao longo do rio Arno que do centro da cidade vai em direção ao Girone, saindo em Sant’Andrea a Rovezzano, nas escadas da Via della Mulina di Sant’Andrea.

ESTACIONAMENTO:
Estacionamento grande no viaduto que vai em direção a Il Girone-Pontassieve. Depois de estacionar, desça as escadas, caminhe ao longo da passagem férrea, e você sairá em frente à entrada do parque.

Para melhor consultar os horários de abertura do mês entre no site oficial  http://ecorinascimento.com/informazioni-orari-come-arrivare-cosa-fare/

*Fonte e Fotos: ecorinascimento.com

Uma Vila Submersa

Uma cidade submersa à 92 metros de um lago no coração da Alta Garfagnana está para voltar por um pequeno periodo de tempo, de volta à superficie, esta é a vila medieval de Fabbriche di Careggine, na província de Lucca.

Fabbriche di Careggine foi fundada por ferreiros bresciais no século XIII. Conquistada pelos Estensi, a cidade alcançou sua maior importância no século XVIII, quando foi construída a Via Vandelli que ligava Modena à Massa. Os trabalhadores, que se tornaram especialistas após séculos de atividade, encontraram apoio no Duque de Modena Francesco III d’Este que, em 1755, para aumentar sua atividade metalúrgica, concedeu isenções fiscais e inúmeros outros privilégios. Após uma fase de declínio, no início do século XX a economia do país se recuperou imediatamente, após a exploração do mármore nas proximidades. Depois veio a represa e a criação da bacia do lago

Entre 1947 e 1953, a pequena vila, que na época possuia um povoado composto por 146 habitantes em 31 casas, foi evacuada e submersa pelas águas do corrego Edron fazendo com que surgisse o artificial Lago Vagli. A barragem, propriedade da Enel,é um recurso muito importante para a produção de energia elétrica, além de ser uma reserva de água fundamental para o vale do Serchio e arredores.

Havia um acordo com o construtor da barragem onde a cada 10 anos o lago seria esvaziado para que os ex habitantes da vila pudessem rever o local onde nasceram e . O acordo foi cumprido nos anos de 1958, 1974, 1983 e 1994, mas desde então nunca mais voltaram a esvaziar o lago. Não é dificil de entender do porque não esvaziaram depois de 94, a secagem bem custosa: além das operações de esvaziamento, 5 ou 6 meses sem um lago para a Enel significaria uma perda de alguns milhões de euros. Mas para a região a emersão da vila de tempos em tempos é benefica para as cidades do entorno, pois milhões de pessoas vão para conhecer a cidade fantasma e acaba contribuindo muito com o turismo local.

Depois de algum tempo brigando com o prefeito de Vagli di Sotto, Mario Puglia, que cobrava o acordo de esvaziar de tempos em tempos o lago a Enel comunicou que está organizando o procedimento: “Um ‘Memorando de Entendimento’ com o Município de Vagli di Sotto e Romei está sendo formalizado para apoiar o “Projeto Essere 2020 – Vagli” explica a Enel. O memorando – continua a nota – tem como objetivo promover e apoiar o turismo responsável, por meio da conscientização e crescimento cultural da comunidade no campo da energia limpa e renovável: entre as propostas consideradas sob a iniciativa estão a abertura de locais utilizados para museus digitais indoor, a criação de instituições museárias no território e na história local, a reconstrução do ambiente natural, incluindo a limpeza do reservatório vagli por meio de uma série de atividades que, através do possível esvaziamento da bacia, preveem a realização de atividades de manutenção em obras hidráulicas, intervenções ambientais com obras de engenharia naturalista e projetos de melhoria turística”.

Portanto, em breve, do fundo do reservatório artificial poderia ressurgir, novamente, a
vila de pedra e a igreja de San Teodoro com sua torre de sino quadrado. E com eles uma história que tem suas raízes ao longo dos séculos. E isso se tornou importante com a conquista da vila pelos Estensi e com a construção da Via Vandelli, que ligava Modena à Massa.

Dez “pérolas” toscanas

Neste final de semana ficaremos com um texto de Simona Bellocci publicado no site oficial de turismo da Toscana o Turismo In Toscana. Texto original aqui.

Monumentos, tradições e cultura: tudo
o que você não pode deixar de visitar

Palazzo Vecchio a Firenze

de Simona Bellocci

À descoberta de um riquíssimo patrimônio artístico. Onde ir e o que visitar: monumentos e obras de arte de incomparável beleza.

Arezzo

Na zona oriental da Toscana, Arezzo tem origens antiquíssimas e foi uma das principais cidades etruscas. Durante o período Romano teve importância estratégica e foi o símbolo da expansão em direção ao norte. A luminosa cidade que surge sobre uma colina, conserva numerosas testemunhas do seu glorioso passado. Em sua parte alta – de aspecto claramente medieval – emergem a bela catedral de San Donato em estilo gótico, o Palazzo Comunale, a Fortezza (fortaleza) Medicea e a famosa praça Vasari, mais conhecida como “Piazza Grande”, imortalizada no filme “A vida é bela”, de Roberto Benigni. Já a parte baixa da cidade segue um estilo mais moderno e animado.Florença
É o berço do Renascimento e conserva um excepcional patrimônio artístico. Em Florença viveram gênios como Cimabue, Giotto, Brunelleschi, Donatello, Masaccio, Della Robbia, Filippo Lippi, Botticelli, Leonardo Michelangelo e Dante Alighieri, apenas para citar alguns nomes. Importantes museus conservam as obras de arte desses e de outros mestres. Uma visita à cidade deve incluir a Galleria degli Uffizi, um dos mais renomados museus do mundo e a Galleria dell’Accademia, que abriga, entre outras obras de grande importância, o famoso David de Michelangelo. Os amantes das artes e da cultura, certamente apreciarão também o Bargello, com numerosas esculturas do Renascimento, o Museu de San Marco, com as obras de Fra’ Angelico, as Capelas Mediceas, a Casa Buonarotti, com obras de Michelangelo e os esplendidos museus Horne, Sttibert, Bardini, Romano, Corsini e Galleria de Arte Moderna. Uma simples caminhada pelo centro histórico dessa fabulosa cidade é suficiente para contemplar muitos monumentos como a impressionante Catedral de Santa Maria del Fiore, o Battistero, a Piazza della Signoria, a Ponte Vecchio e os palácios Pitti, Medici-Ricardi, Davanzati e Strozzi.

Grosseto

A graciosa Grosseto remonta à Alta Idade Media e pertenceu à Siena por muitos anos. Situada a poucos quilômetros do mar, é capital e mercado da Maremma, região agrícola por excelência. É uma das poucas cidades, assim como Lucca, a conservar intacta as muralhas que circundam todo o centro histórico. Muito bonita a catedral de San Martino, do final de 1200, o museu arqueológico e a igreja de San Francesco. Nos arredores, merecem uma visita o Parque Natural da Maremma e as ruínas etruscas de Roselle.Livorno
Cidade ideal do Renascimento italiano, Livorno revela sua historia nos bairros sulcados por canais e muralhas fortificadas, no labirinto de ruas que forma o famoso “quartiere Venezia”, no porto Mediceo, dominado por torres e fortalezas. Projetada pelo arquiteto Bernardo Buontalenti no final de 1500, a cidade passou por uma forte expansão urbanística no final de 1600. A Fortezza Vecchia, um grande complexo construído para proteger o porto, a Fortezza Nuova, as muralhas e os canais navegáveis em pequenos barcos, são todas atrações muito interessantes. Existe também uma outra Livorno que cresceu entre 1700 e 1800 e que se revela nos edifícios em estilo neoclássico, nos parques no centro da cidade, nas vilas em estilo liberty com vista para o mar e no imponente mercado delle Vetovaglie. Já em 1900 surgiu um dos cartões-postais da cidade, um dos locais mais sugestivos, a Terrazza Mascagni, um cenográfico terraço panorâmico sobre o mar. Livorno é uma terra de pintores e músicos: Amedeo Modigliani, Giovanni Fattori, a escola e pintura dos Macchiaioli e Pietro Mascagni, nasceram todos aqui e marcaram a historia da arte mundial com suas obras.

Lucca

A pequena e elegante Lucca foi a única cidade-estado da Toscana a conservar a própria independência ate o final de 1847. Símbolo máximo da defesa da liberdade, as imponentes muralhas permanecem intactas ate hoje. São 4.250 quilômetros, dez bastiões e uma largura equivalente a uma larga avenida. Atualmente, constituem um grande parque urbano, arborizado e equipado com fontes de águas potáveis, bancos, mesas de piquenique e brinquedos para as crianças. No tecido medieval da cidade murada emergem monumentos de arte e historia de diversos períodos, como o Anfiteatro Romano, a basílica de San Frediano, a igreja de San Michele, a catedral de San Martino com o Volto Santo, as torres Guinigi e delle Ore, a rua Fillungo, o Palazzo Ducale na Piazza Napoleone.

Massa-Carrara
Carrara, o maior e mais importante centro mundial de escavação, processamento e comercio de mármore, surge aos pés dos Alpes Apeninos em um vale verdejante. Seu nome deriva do prefixo “kar” (pedra) e testemunha sua antiquíssima origem. Devido à sua posição estratégica e às suas riquezas econômicas como o precioso mármore, foi alvo de constantes disputas. Durante a Idade Media foi dominada por bizantinos e lombardos.

Pisa
Famosa em todo o mundo pela sua torre, extraordinário monumento situado na “Piazza dei Miracoli” (praça dos Milagres), a historia de Pisa é milenar e teve seu maior esplendor na época das Republicas Marítimas. É um baú de tesouros artísticos com igrejas em estilo românico e gótico, praças e palácios que exaltam o desenho das avenidas que costeiam o rio Arno (lungarni) e das antigas ruas. Quem visita a cidades encontra não apenas arte, cultura e historia, como também ambientes naturais como o Parque Migliarino-San Rossore, o litoral e o Monte Pisano.

Pistoia
Situada aos pés dos Apeninos, conta com um ótimo “mix turístico” de historia, arte, folclore, monumentos, gastronomia e belezas naturais. Entre os famosos centros da Toscana, Pistoia apresenta elementos característicos originais que tornam indispensável uma visita.

Prato
Prato oferece um itinerário histórico artístico de grande prestigio. No centro, o Castello dell’Imperatore (castelo do imperador), é o único testemunho de arquitetura suábia na Itália centro setentrional. O Duomo (catedral), o Palazzo Pretorio, a basílica de S. Maria delle Carceti e as igrejas de S. Francesco e S. Domenico abrigam obras de arte de grandes mestres como Donatello, Filippo e Filippino Lippi e outros importantes artistas do Renascimento.

Siena

Siena é a qualidade de vida transformada em cidade. Foi a primeira cidade europeia a fechar o próprio centro histórico ao trafego de veículos já em 1966. Lugar internacional de cultura que conta com uma universidade com mais de 750 anos e hospeda instituições de prestigio como a Accademia Musicale Chigiana, a Università per Stranieri e a Accademia dei Fisiocritici. Na cidade onde cada pedra mantém-se imutável ao longo dos séculos, respira-se uma atmosfera única ao mundo porque seu povo conserva vivas as antigas tradições, como àquelas relacionadas ao Palio, renovando-lhes a cada ano com força e entusiasmo.

As Belezas naturais de Capraia

Capraia Parque…. continuação da publicação anterior

A Ilha de Capraia faz parte do “Parco Nazionale dell’Arcipelago Toscano”, que compreende uma área de dezoito mil hectares de terra e sessenta mil hectares de área marinha no Mediterrâneo. O arquipélago é composto pelas ilhas Elba, Pianosa, Capraia, Montecristo, Giglio, Gorgona e Giannutri.

Uma área de beleza indiscutível, água pura e cristalina, uma grande diversidade marinha em diferentes profundidades do oceano e da costa de cada ilha, uma área biologicamente perfeita para a sobrevivência harmoniosa da fauna marinha sedentária e de migração.

Capraia CostaCapraia é a unica ilha do arquipélago que possui armazenamento natural de água doce.  Faz parte do chamado corredor migratório da fauna, que faz ligação entre Europa e África. Tem uma grande quantidade vegetal e animal de endemismo*. E ainda, está situada no meio do santuário de Cetáceos, volta e meia um cardume de golfinhos e baleias pode ser avistados. Ou seja, um paraíso que a natureza selvagem nos oferece para visitarmos.

Mas o quê fazer propriamente na ilha, além de passearmos pela sua história, sabendo de toda essa beleza que ela nos apresenta? Pois bem, mesmo sendo uma ilha, Capraia nos oferece uma diversidade de boas rotas para praticar trekking, a nossa velha e boa caminhada. Umas mais fáceis outras não tanto. Vai depender da disposição!! Para aqueles que gostam de desafios a ilha é cheia de vales, desfiladeiros e picos.

Capraia Trekking Apenas andando ou desbravando a natureza, não importa, de qualquer maneira as sensações de andar com o Mediterrâneo te acompanhando, com uma fragrância que na primavera é indescritível, com paisagens fantásticas de qualquer ponto da ilha, com seu silencio e sua atmosfera de paz plena, são privilegio de quem visita este paraíso.

Seu litoral compõe uma pintura a parte. Com enseadas banhadas por águas cristalinas, falésias caem ao mar à 300 pés de altura. À leste, em direção ao continente, encontramos as baías protegidas por torres estrategicamente posicionadas, que remontam à época dos combates aos desembarques dos piratas sarracenos na época da República de Gênova.

Capraia TrekkingAo sul está localizado o Cala Rosa, um cone antigo de vulcão, caído em um dos lados e a Ponta Zenobito, com sua torre majestosa posicionada ao topo de um basalto (rocha originária da erupção vulcânica, normalmente de cor escura acentuada) cinza.

Com uma costa ligeiramente inclinada em direção ao mar nos dá a oportunidade de mergulharmos em águas rasas com seu fundo muitas vezes arenoso e claro. La Mortola é a unica enseada de praia, acessível somente por barco, as outras são todas em pedra ou rocha, sendo a maior parte não acessível por terra, salvo as Ceppo e do Zurletto.

Capraia CostaAvistando o ocidente, com Córsega no horizonte, é onde encontramos as falésias** majestosas em seu encontro com o mar. É onde interagimos profundamente com uma natureza selvagem, nos tornando uma coisa só, nada mais. Dizem que tomar banho nestas águas é como se tivéssemos provando um elixir da vida longa. Deve ser mesmo, afinal é o perfeito encontro com a natureza!

Mas para quem gosta de se aventurar ainda mais, suas puras e cristalinas águas oferecem uma inigualável experiência de mergulhar em uma área em que nunca encontramos o escuro. E cada mergulho é um momento único, neles podemos encontrar uma grande variedade de peixes, tais como barracuda com olho- grande, garoupa , sargo, pargo, bancos de areia e rochas que pelas esponjas vermelhas e amarelas que vivem nelas e nos dá um lindo visual subaquático. E ainda todo o tipo de marisco, lebres do mar e lagostas pequenas e dezenas de outros animais marinhos, incluindo aí os alegres golfinhos.

Capraia mergulho IICapraia é isso aí, uma ilha paradisíaca onde podemos ter um contato maravilhoso, profundo, emocionante e inesquecível com a natureza!!

* endemismo – Em geral o endemismo é resultado da separação de espécies, que passam a se reproduzir em regiões diferentes, dando origem a espécies com formas diferentes de evolução. O endemismo é causado por mecanismos de isolamento, alagamentos, movimentação de placas tectônicas. Por exemplo, devido à deriva continental, as espécies de Madagáscar ou da Austrália são exemplos flagrantes de endemismos. (Wikepedia)

** falésias – é uma forma geográfica litoral, caracterizada por um abrupto encontro da terra com o mar. Formam-se escarpas na vertical que terminam ao nível do mar e encontram-se permanentemente sob a ação erosiva do mar. Ondas desgastam constantemente a costa, o que por vezes pode provocar desmoronamentos ou instabilidade da parede rochosa. (Wikepedia)

Capraia mergulho***Fotos do site Isola di Capraia

 

****Texto baseado pelo site oficial da ilha

Ilha de Capraia

Isola di CapraiaAqui vamos sair um pouco do continente com suas belíssimas paisagens, pegar uma embarcação e aportar em uma das ilhas localizadas no litoral toscano. A Ilha de Capraia.

Localizada à noroeste da Ilha de Elba ( a maior e mais conhecida ilha Toscana, terceira maior ilha italiana), Capraia é a terceira maior ilha do arquipélago toscano. Está distante de Livorno, sua província, em 36 km.

Isola di Capraia IÉ uma ilha considerada selvagem por definição. Foi formada por erupção vulcânica dupla onde a mais antiga ocorreu a cerca de 9 milhões de anos atrás, e a segunda a um milhão de anos atrás. Sua geografia nos mostra penhascos íngremes, rochas e cores vibrantes com contrastes de cores. Sua costa foi desenhada extraordinariamente pela lava, mar, vento e erosão. Seu interior é marcado por vales estreitos  onde encontramos verdadeiras miniaturas de montanhas, com cristas e barrancos. Fazem uma espécie de lago, que durante as chuvas de inverno, se enchem de água que corre para o mar formando pequenas cascatas. Sua vegetação predominante é a mediterrânea.

Isola di Capraia IICapraia carrega em sua história algumas reais e outras lendas. Foi inicialmente habitada no final do terceiro milênio a.C.  Habitaram suas terras os povos fenícios, gregos, etruscos e romanos. Durante um tempo foi sede religiosa. Quando o cristianismo foi banido de Roma, comunidades de monges foram se refugiar por lá. Foi fortificada pela primeira vez pelo Império Romano, depois pela República de Pisa e finalmente pelo grupo de San Giorgio, cujas fortificações continuam presentes e foram nominadas por eles. Ainda podemos encontrar o Forte São Jorge e algumas torres pela costa.

CapraiaA parte que envolve lendas mas que de um certo modo foi real, é sobre os ataques piratas. Piratas sarracenos disputaram o território da ilha por ela ter uma posição estratégica para os ataques. no século VII ela pertencia à ilha de Córsega, depois à República de Genova, passando pela República de Pisa,  França, e até mesmo Inglaterra. No Congresso de Viena ela foi atribuída à região da Sardenha, época em que a produção de tabaco teve inicio na ilha. Setenta anos depois foi usada como colônia penal, e durante o fascismo foi lugar de internamento. Em 1986 a colônia penal foi extinta e finalmente em 1989 ela tornou-se parte do Parque Nacional do Arquipélago Toscano.

Capraia IComposta por uma cidade e uma marina, Capraia é uma ilha muito agradável de ser visitada durante o verão. A cidade é bem conservada e um passeio interessante é andar pelos seus becos indo do Forte São Jorge ao Farol em Punta Ferraione conhecendo, assim todos os seus encantos.

Há ainda a Torre del Porto, de origem genovesa, é hoje um local utilizado para eventos culturais e artísticos, a Piazza Milano, que é o centro da cidade. Ainda a Igreja paroquial de São Niccolas, localizada na praça, construída em 1759. Possuí oito altares laterais e é um belo exemplo do período. O Forte São Jorge, atualmente fechado, foi erguido pela República de Gênova e foi palco para a guarnição militar e possível refúgio da população em caso de um ataque de piratas. Abaixo ao forte há um sítio arqueológico pequeno, onde foram encontradas peças que remontam à época romana.

Capria PortoO porto, hoje, é uma pequena mas bem equipada marina. Nele encontramos várias opções de passeios turísticos e uma estrutura para acomodar até 99 barcos. Bares, restaurantes e algumas lojas ainda tornam-o um agitado lugar para badalações noturnas e diurnas durante o verão. Encontramos ainda um parque de campismo, com uma das mais belas vistas do Mar Mediterrâneo.

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*Fotos do site Isola di Capraia

** Texto baseado pelo site oficial da ilha